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Sorriso: produtores discutem condições climáticas e custos da produção
A venda antecipada de 43% da safra foi um dos pontos positivos discutidos no evento
Prognósticos do clima para a agricultura, perspectivas e tendências para a soja, produção, consumo, preços e comercialização foram os temas do debate da noite de ontem (16), do Fórum Soja Brasil - Safra 2015/2016 - Mercado e Clima, realizado em Sorriso.
Segundo os organizadores, cerca de 300 produtores rurais, estudantes e representantes de empresas do agronegócio participam dos debates realizados ontem.
Durante a tarde, os participantes integraram oficinas, dinâmicas, palestras e debates sobre as dificuldades desta safra. Já à noite, foram realizados os painéis “El Niño: prognósticos do clima para a soja” com o metereologista da Somar, Celso Oliveira e “Perspectivas e tendências para soja: produção, consumo, preços e comercialização” com o economista Flávio França Junior.
Celso explicou que o fato da falta de chuvas no momento se dá justamente pelo fenômeno El Niño que no momento causa o aquecimento das águas do Oceano Pacífico e bloqueia as frentes frias no Sul. Contudo, essa condição irá regularizar na ultima semana de novembro, início de dezembro e a chuva deverá se manter estável até o fim do verão.
Em relação aos custos e produção, Flavio França, apresentou uma comparação em relação ao primeiro painel lavoura de que participou datado de 2009. Na época o Brasil produziu 68,9 milhões de toneladas; o Mato Grosso produziu 18,8 milhões desse total. Na safra 2015/2016, o Brasil ampliou a produção em 50% e o Estado em 55%, atingindo as marcas de 101,1 milhões de toneladas e 29,1 milhões, respectivamente.
Porém, pontua França, “se analisarmos a linha de crescimento da produção mundial nos últimos anos estaremos na casa dos 4%, o que fica abaixo da linha de consumo mundial hoje, que está na casa dos 5%”, destaca. Esses dados, explica França, são momentâneos e a perspectiva é que se equilibrem naturalmente.
Comercialização
Além disso, figuram como um dos pontos positivos na escala da comercialização visto que geram uma demanda firme. Outro ponto considerado positivo é a venda antecipada de 43% da safra. Como pontos negativos, França aponta o custo maior nos insumos que apresenta variação entre 15% a 25% e a grande oscilação cambial. Para equilibrar a balança e gerar lucros, o economista recomenda a boa administração dos custos e a analise de preço para a relação da troca de insumos.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, é visível o fato que “hoje o Brasil produz do Oiapoque ao Chuí. Saiu há muito do eixo Sul”. Já o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Pedro Lenz, salientou a importância de os produtores ter atendido o chamado e participado do evento, uma vez que a tecnologia no campo muda muito rápido. “Precisamos discutir tecnologia, mudanças climáticas e comercialização com muita ênfase”, afirmou.
O diretor administrativo da Famato/Aprosoja, Nelson Piccoli, lembrou que o Soja Brasil irá visitar ao todo 20 municípios no Estado. Quatro regiões serão contempladas, em novembro e dezembro serão as regiões de Vera e Nova Mutum e municípios próximos; para 2016 as regiões de Porto Alegre do Norte e Campo Verde e municípios adjacentes, debatendo questões de manejo e uso de defensivos agrícolas.