Avança a obra de revitalização do Parque Ecológico Claudino Frâncio
Mato Grosso gastará R$ 1 bi a mais com insumos devido atraso do Plano Safra 15/16
Nesta safra serão liberados R$ 187,7 bilhões para financiamento e custeio, 20% a mais que os R$ 156 da safra 2014/2015.
Os produtores de Mato Grosso deverão desembolsar R$ 1 bilhão a mais na safra 2015/2016 de soja com o atraso do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), mais conhecido como Plano Safra.
A demora na liberação dos recursos faz com que a compra de insumos para a próxima safra esteja atrasada em relação ao ciclo anterior. Estudo realizado em Mato Grosso aponta que os custos com insumos chegam a ser 6,36% maiores que a safra 2014/2015. Aumento da taxa de juros do novo Plano Safra preocupa os produtores.
O governo federal anunciou na manhã desta terça-feira (02) o Plano Safra 2015/2016.
O anúncio estava programado para 19 de maio, contudo foi adiado para junho. Nesta safra serão liberados R$ 187,7 bilhões para financiamento e custeio, 20% a mais que os R$ 156 da safra 2014/2015.
Em 2014 o Plano Safra 2014/2015 foi lançado pelo governo federal no dia 19 de maio. Estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revela que o atraso na liberação do Plano Safra provocará um aumento de R$ 1 bilhão no custo total da safra de soja, cujo plantio será iniciado em 15 de setembro.
Segundo o Imea, em abril de 2015 apenas 22,28% dos insumos haviam sido comercializados para o ciclo 2015/2016, enquanto em abril de 2014 haviam sido vendidos 69,57% dos insumos para a safra 2014/2015.
Outro impacto a ser causado com esse atraso na liberação dos recursos é quanto ao dólar, que novamente apresenta crescimento.
Mato Grosso produz 8,94 milhões de hectares de soja, sendo o maior produtor do grão no Brasil.
“Esse atraso está refletindo na compra dos insumos. Até implementar o Plano Safra, ou seja, o produtor conseguir ter estes recursos em mãos, os custos podem aumentar ainda mais”, comenta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado.
Taxas de juros
Além do atraso na liberação dos recursos e do câmbio, os produtores ainda enfrentarão o aumento das taxas de juros, o que conforme Rui Prado, poderá levar o produtor a repensar na hora de plantar.
De acordo com o governo federal, a taxa para o Programa Nacional de apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) será de 7,75%, enquanto para a agricultura empresarial 8,5% e de 8,75% para produtores e empresas que faturam mais de R$ 90 milhões ao ano. Tais índices superam os constatados na safra 2014/2015 que variavam de 4,5% a 6,5%.
"O setor está preocupado com este aumento da taxa de juros. Isso pode não só comprometer a rentabilidade, como a produção, pois diante isso o produtor vai repensar na hora de plantar", salienta Rui Prado. Segundo ele, o setor produtivo irá avaliar agora os detalhes do Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016.