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Coopervale afasta coordenador e esposa de ex-fiscal de contrato da Prefeitura
José Roberto diz que a empresa, que colabora com as investigações, também foi vítima
As falhas no processo de contratação de colaboradores da Secretaria de Cidade por meio da Coopervale resultaram no afastamento do coordenador da cooperativa. Além dele, deixou de trabalhar no local uma colabora, que é esposa do ex-fiscal de contrato da Prefeitura, que afirma ter sido o responsável pelos pagamentos feitos a seis funcionários fantasmas.
O presidente da Coopervale, José Roberto Vieira, frisou, em entrevista à TV Sorriso, que a empresa está colaborando com as investigações da Prefeitura e que irá protocolar um documento para contribuir com as apurações que venham a ser feitas pelo Ministério Público.
Conforme Roberto, não foi confirmada a participação do coordenador da cooperativa em quaisquer irregularidades, mas ele foi afastado por supostas falhas no processo de fiscalização.
"Segundo o fiscal de contrato da Prefeitura, ele fez tudo sozinho, mas, mesmo assim, nós afastamos o nosso coordenador, que tinha que fazer a fiscalização dos trabalhadores. A esposa do fiscal é cooperada nossa e foi afastada. Quem está envolvido ou não isso é a Justiça quem vai dizer e as investigações que vão apurar. Somos interessados em colocar tudo em pratos limpos e que os envolvidos sejam punidos", disse o presidente da Coopervale.
Para Roberto, a empresa também foi vítima do esquema, haja vista ter custeado com recolhimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), dentre outros. "Pagamos os rateios e sobra para os cooperados e agora descobrimos essa situação. Nós temos interesse em esclarecer os fatos porque, infelizmente, a Cooperativa foi vítima de uma situação que a gente nunca pensou que pudesse acontecer. Estamos à disposição da prefeitura, MP e qualquer órgão que precisar com documentação e todas as informações".
Roberto disse, ainda, que pode ter prejudicado a fiscalização o fato de os servidores do trabalho terceirizados não trabalharem num só local. "Ele [trabalhador] atua na Secretaria de Obras ou em outras secretarias. Segundo o nosso coordenador, ele falava com o fiscal do contrato, cobrava onde estavam essas pessoas e foi confiando, mas ele confiou demais. E no levantamento, infelizmente, esses seis colaboradores eram fantasmas".
Levantamento preliminar da Prefeitura aponta o pagamento irregular a seis funcionários fantasmas, desde 2019, cujo prejuízo é superior a R$ 500 mil. "A gente também foi vítima porque recebemos da Prefeitura, com confirmação do nosso coordenador, do fiscal do contrato e a assinatura do secretário que, infelizmente, também acho que confiou demais. Fizemos o pagamento. Essas pessoas existem, mas são fantasmas porque não estavam trabalhando na Prefeitura. Essas pessoas vieram aqui, fizeram toda a documentação necessária".
Nome do pai do fiscal é citado
O presidente da cooperativa explicou que dois seis funcionários fantasmas, dois assinaram uma autorização para que o pagamento fosse feito na conta de terceiros. "Dos seis, quatro estavam com pagamento direto na conta deles e dois deles disseram que não tinham conta e assinaram autorização para receber pagamento na conta de terceiros. Uma dessas pessoas que estava recebendo me parece que é esposa do [ex] fiscal de contrato da Prefeitura e o outro seria o pai dele".
Ontem, conforme o Portal Sorriso noticiou, o chefe da pasta de Cidade, Ednilson Oliveira, pediu afastamento de sua função para promover mais transparência na apuração de todos os fatos relacionados a pagamentos possivelmente irregulares.
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