A corrida eleitoral em Sorriso, Mato Grosso, avançou para um novo cenário com a deflagração da Operação Rustius pela Polícia Federal nesta quarta-feira (4). A ação investiga o uso de recursos financeiros ilícitos na campanha do prefeito eleito Alei Fernandes (União Brasil) e foi desencadeada após denúncias apresentadas pelo candidato derrotado, Leandro Damiani (MDB).

Damiani contratou o ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, um dos mais renomados advogados eleitorais do país, para protocolar uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra Alei e seu vice, Acácio. A denúncia aponta abuso de poder econômico, irregularidades financeiras e compra de votos. No pedido, constam a solicitação de cassação do registro de candidatura, inelegibilidade de ambos por oito anos e aplicação de multa.

O caso ganhou força após a apreensão de R$ 300 mil em espécie, realizada em 3 de agosto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma abordagem na BR-163. Durante a operação desta quarta-feira (4), foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, além de uma medida cautelar que inclui a retenção do passaporte de um investigado, proibição de deixar a cidade e impedimento de contato com outros envolvidos.

As ordens foram emitidas pelo Juiz Eleitoral de Garantias do Núcleo I do TRE-MT, com o objetivo de coletar mais evidências. Depoimentos de agentes da PRF e novas informações obtidas pela Operação Rustius já foram adicionados ao processo.

Na segunda-feira (2), Damiani formalizou a denúncia junto à 43ª Zona Eleitoral de Sorriso. Em resposta, Alei Fernandes, que está em Cuiabá discutindo projetos futuros para o município, afirmou estar tranquilo em relação à situação. “É natural que quem perdeu busque meios para contestar. Confio na Justiça e na legitimidade da nossa vitória, construída com o apoio do povo”, disse o prefeito eleito.

A investigação segue em andamento, com potencial para impactar o cenário político da cidade e influenciar os rumos da administração eleita.