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MT registra 23 casos suspeitos de reinfecção de Covid-19
O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, é o responsável por realizar o sequenciamento viral
Com base em exames realizados pela rede pública de saúde de Mato Grosso, há atualmente no estado 23 casos suspeitos de reinfecção pelo coronavírus (covid-19), conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, é o responsável por realizar o sequenciamento viral, que apontará se os casos se tratam de uma nova infecção e se o vírus faz parte da nova variante que circula pelo Brasil. Até o momento, no Estado, apenas a primeira-dama, Virigínia Mendes, teve confirmação de reinfecção. Porém, não foi divulgado se a doença foi causada pela mutação da covid19. Estudos apontam que das 3 cepas com mutação importantes, que aumentam a transmissibilidade, circulando no mundo, a brasileira é que a que apresentou maior variação. Além disso, pesquisas em andamento expõem que as novas variantes podem atingir crianças e jovens com maior eficiência do que a anterior.
A virologista e epidemiologista, pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Ana Cláudia Pereira Terças Trettel, explica que para se entender melhor a questão das mutações do coronavírus, primeiro é preciso entender sobre a sua interação com a célula humana. Ela frisa que de dezembro de 2019 até o momento já foram identificadas cerca de 800 linhagens de coronavírus diferentes no mundo, porém, só surge o alerta quando uma dessas variantes virais ganha um poder de transmissão significativo, que é o caso das três variantes mencionadas. É as situação das variantes identificadas no Reino Unido (B117), na África do Sul (501YV2) e a brasileira, que surgiu no Amazonas (P1).
“O coronavírus tem uma proteína em sua parte externa chamada espícula que gruda na célula e facilita a sua entrada. No caso das variantes, a mutação presente nelas está modificando essa espícula e faz com que o vírus entre com mais facilidade na célula, se reproduza com muito mais rapidez, fazendo com que a doença seja transmitida de uma forma mais rápida”, esclarece.
Até o momento, as pesquisas em andamento no mundo não apontam para a existência de um grupo mais suscetível às variações do coronavírus, já que ele atinge toda a população. A diferença, segundo Ana Cláudia, é que a primeira cepa do vírus tinha um poder pequeno de se apresentar em forma de sintomas em crianças e jovens. “Parece que essa nova cepa pode atingir crianças e jovens com maior eficiência do que a anterior”.