MPE aciona Justiça e pede indenização de R$ 189 mil a homem que tingiu cachoeira com corante azul
Veja o que está por trás da alta das internações de jovens com covid
Médicos relatam aumento de hospitalizações com mais gravidade de pessoas abaixo de 55 anos no Brasil
O momento atual da pandemia no Brasil está sendo marcado pelo aumento da frequência com que pessoas abaixo de 55 anos e sem comorbidades dão entrada nos pronto-socorros e nas unidades de terapia intensiva com quadros graves de covid-19.
Embora ainda não haja dados epidemiológicos que confirmem se isso é uma tendência ou apenas um recorte do momento, profissionais de saúde já observam a distinção deste cenário em relação ao que se constatou no pico de casos e mortes em 2020.
"O aspecto clínico dos pacientes é diferente daquele que víamos na primeiro onda. Antes eram idosos e portadores de doenças crônicas, o que chamamos de comorbidade. Hoje 60% são mais jovens, na faixa de 30 a 50 anos, sem doença prévia. E o tempo que estão ficando na UTI é maior. Tínhamos antes média de 7 a 10 dias de internação, agora está em 14 a 17 dias de internação no mínimo em UTI", afirmou o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, em entrevista coletiva no começo da semana.
Mas quais as explicações possíveis para esse aumento de pessoas jovens e sem doenças de base, como hipertensão e diabetes, internadas?
Mais circulação e aglomerações
Um fato é indiscutível. Desde o fim do ano passado, houve uma tendência à normalização da vida cotidiana, com mais pessoas nas ruas e aglomerações — muitas delas necessárias, como o transporte público usado por trabalhadores; mas outras ilegais, a exemplo de festas lotadas de participantes sem máscara.
"A epidemia mudou, com certeza, porque os jovens estão se expondo mais, e os idosos conseguem se prevenir mais. Não há dúvida que o número absoluto de jovens sem comorbidades e com formas graves está cada vez maior. [...] Talvez esteja aumentando só porque o número total de casos está aumentando. Antes, a gente conseguia fazer um isolamento social muito maior, e a doença pegava só os que tinham mais comorbidades", salienta o médico infectologista e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu Alexandre Naime Barbosa.
A retomada das atividades econômicas desde novembro e a dificuldade de governos em restringir a circulação de pessoas fizeram com que o país tivesse uma escalada de novos casos e mortes desde a primeira semana de 2021, chegando ao recorde diário de óbitos na terça-feira (3), com 1.641 registros. Saiba mais aqui.