Homem é encontrado morto em carro abandonado em Alta Floresta
Presos burlam sistema e colocam tornozeleira eletrônica até em gatos
Os próprios detentos avaliam que o sistema é ineficaz em Mato Grosso
Outro conta que tem presos usando até animais para burlar o sistema. "Tira e amarra no animal para bater o batimento cardíaco", contou, o homem que pediu para não ser identificado.
No último domingo (30), dois homens que utilizavam tornozeleiras eletrônicas invadiram a casa de um juiz federal em Cuiabáx e levaram o carro da família. Um dos bandidos já tinha sete passagens pela polícia e o outro saiu da cadeia há cinco dias.
Já em uma quadrilha investigada por roubos de carros em Cuiabá, por exemplo, quatro dos quinze integrantes foram presos enquanto utilizavam a tornozeleira eletrônica. Um deles disse que saía para cometer crimes até mesmo no horário em que a Justiça determinou que ele estivesse em casa. Até hoje ele relatou não ter recebido qualquer advertência.
Outro preso contou que, para burlar o sistema, alguns presidiários amarram o equipamento em animais para simular o batimento cardíaco humano.
Segundo a delegada Núbya dos Reis, da Polícia Civil em Mato Grosso, o uso da tornozeleira eletrônica de fato não tem inibido os crimes e semanalmente a Polícia tem prendido reincidentes com o aparelho.
Em uma sala de monitoramento da Segurança Pública no estado, todos os presos que utilizam o aparelho aparecem listados em uma tela e, ao sinal de qualquer desobediência, um sinal é emitido informando que algo errado está acontecendo. A partir daí a central de monitoramento telefona para o monitorado e, se ele não atender, é preciso esperar 24 horas para enviar uma equipe para checar a situação.