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Padre de MT escreve em rede social que menina vítima de estupro "gosta de dar"
Ramiro José Perotto afirmou que ela compactuava com abusos e não era inocente
O padre Ramiro José Perotto, da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Carlinda (756 km de Cuiabá), disse em uma rede social que a menina de 10 anos, que realizou um aborto legal após ser vítima de estupro no Espírito Santo, “compactuava” com os abusos e que “gosta de dar”.
Os comentários foram feitos em seu perfil no Facebook, após o pároco compartilhar uma publicação do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Com a publicação condenando o aborto, que foi autorizado pela Justiça, o padre passou a receber inúmeros comentários contra o posicionamento.
“Obrigar uma mulher a seguir com uma gravidez indesejada é errado. Obrigar uma mulher vítima de estupro a seguir com gravidez é nojento. Obrigar uma criança vítima de estupro a seguir com gravidez é repugnante”, escreveu uma internauta.
Ramiro, então, respondeu o comentário. Para ele, a vítima aceitou os abusos sexuais e até ri da situação.
“Duvido uma menina ser abusada com 6 anos, por 4 anos, e não falar. Ela compactuou com tudo e agora é inocente kkk (sic). Gosta de dar então assuma as consequências”, afirmou o padre.
Em outro comentário no Facebook, o pároco reforça o posicionamento enfatizando que a menina estava gostando.
“Você acredita que a menina é inocente? Acredita em papai Noel também. 6 anos, por 4 anos, e não disse nada. Claro que estava gostando. Por favor, kkkkk gosta de dar, então assuma as consequências”, escreveu.
Após a polêmica, Ramiro apagou seu perfil no Facebook. No entanto, diversos usuários continuam compartilhando prints das falas do religioso.
Nas publicações, os internautas criticam a posição do padre e alguns até o chamam de “herege”, dizendo que o destino dele é o inferno.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com o padre, no entanto ele disse que não irá mais se posicionar sobre o episódio.
Também foi contatada a Diocese de Sinop, que coordena da paróquia de Carlinda, mas os líderes estavam em reunião e ainda não tinham um posicionamento sobre o caso.