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Caminhoneiro desabafa sobre perda da esposa e filhas assassinadas em Sorriso: “Vivo por viver”
Um ano e meio após o brutal assassinato da esposa e das três filhas, o caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso ainda lida com a dor da tragédia. Em novembro de 2023, Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane, de 19 anos, e duas crianças de 13 e 10 anos foram estupradas e mortas dentro da casa da família, no bairro Florais da Mata, em Sorriso (MT). O autor confesso do crime, Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, encontra-se preso.
Em entrevista recente ao canal de Youtube “Canal de Crime, Comportamento e Mistério”, Regivaldo falou sobre o impacto psicológico da perda e confessou que não vê mais sentido na vida. “Vivo por viver. Entro em casa, saio, volto, está tudo ali. Não tenho mais um objetivo”, declarou.
Apesar da fé cristã, o caminhoneiro admite não conseguir perdoar o responsável. “Sinto ódio dele. Eu sou cristão, mas isso abalou tudo. A Bíblia diz que temos que perdoar, mas não consigo. Isso está embaralhando minha cabeça”, desabafou. “Cada vez que vejo uma foto delas, penso: como vou perdoar alguém que tirou elas de mim?”.
Crime premeditado
Segundo a Polícia Civil, o crime foi premeditado. Gilberto morava ao lado da residência das vítimas e observava a rotina da família. De acordo com o delegado Bruno França, responsável pelo caso, os corpos foram encontrados em diferentes cômodos, todos com sinais de violência extrema, como múltiplas perfurações de faca e degolamento.
“Ele foi preso com roupas íntimas das vítimas. Não há maior demonstração de que se trata de um predador em série”, afirmou o delegado em entrevista coletiva. Gilberto também admitiu, durante depoimento, que estuprou Cleci e as filhas mais velhas enquanto elas agonizavam. A mãe foi a primeira a ser atacada.
Justiça e memória
Regivaldo afirma confiar que a Justiça será feita. “Ele está preso, vai ser condenado, nunca mais vai sair da cadeia, se Deus quiser”, disse. Ele ainda lembra com emoção da personalidade das filhas. “Eram cheias de sonhos, queriam casar, formar uma família. Tinham uma vontade imensa de viver”.
O caso, que chocou Mato Grosso e o país, permanece sendo lembrado pela brutalidade e pelas consequências devastadoras para os familiares das vítimas.