Motociclista voa por cima de carro após colisão em cruzamento de Sorriso
Motorista conta como fingiu estar morta para escapar de ladrões
Falsos clientes mandaram mensagem para Márcia Angola por Whatsapp solitando uma corrida
Fingir estar morta foi a saída que a motorista de aplicativo Márcia Angola, de 40 anos, encontrou para não ser assassinada por bandidos na manhã de sábado (24), em Tangará da Serra. Ela foi espancada por quatro adolescentes que se passaram por clientes e jogada de uma ponte.
Ela atende pedidos feitos por aplicativos de transporte, mas também aceita corridas particulares. Foi assim que os falsos clientes solicitaram uma viagem através do WhatsApp.
Ao MidiaNews, Márcia conta que trabalhava normalmente naquele dia quando, por volta de 10h30, recebeu uma mensagem dos adolescentes.
"Mandaram a localização [pelo Whatsapp], entraram no carro e me falaram o destino. Quando chegamos no local, não tinha nada do que eles disseram. Teoricamente era para ser um clube ou local de festas".
A motorista explica que, antes de parar o carro no local indicado pelos falsos clientes, já pressentiu que algo de ruim poderia acontecer com ela.
Em determinado momento, ela notou que os adolescentes ficaram muito calados e um deles estalou os dedos das mãos, como se estivesse nervoso.
Vendada e amarrada
Márcia questionou os menores sobre o clube não existir e eles pediram que ela parasse mais à frente, porque outro homem chegaria. Ela então disse que eles já estavam em quatro no carro e não seria possível o embarque de outra pessoa.
"Falaram que iam esperá-lo pular um muro. Passaram uns três, quatro minutos e anunciaram o assalto. Mandaram eu ficar quieta e ir para o banco de trás".
O quinto bandido embarcou e todos seguiram viagem com a motorista de refém. Durante o trajeto, Márcia foi vendada e amarrada.
Ela acabou tirando a venda para ver onde estava, o que teria irritado os assaltantes.
Márcia conta que foi brutalmente agredida e ouviu quando um dos homens ordenou que ela fosse enforcada.
Foi quando, entre os socos e pontapés, ela decidiu fingir estar morta pela primeira vez.
"Cheguei em um ponto que não tinha mais ar e precisei respirar. Eles perceberam. Ouvi eles falando: 'Nossa, ela está viva, vamos terminar de matar, quebra o pescoço dela'. Voltaram a me bater mais ainda. Abaixei a cabeça e fiquei mole, como se estivesse desmaiada de novo".
Quando os bandidos chegaram na ponte sobre o Rio Sepotuba, pararam o carro e decidiram que jogariam a motorista na água.
Ela ainda ouviu quando um deles disse que não tinha mais forças para bater nela e pediu que outro assumisse a função.
Apesar de fingir estar inconsciente, Márcia conta que precisou ser forte para sentir a dor das agressões sem emitir nenhum tipo de som.
"Me puxaram para fora do carro, cada um me pegou por uma mão e me jogaram da ponte. Caí na água. Quando afundei e voltei, vi que eles estavam olhando. Afundei de novo, bebi muita água, mas não aguentava mais. Quando ergui a cabeça eles já não estavam mais lá".
A motorista deixou o corpo ser levado pela correnteza do Rio Sepotuba para conseguir fugir dos bandidos. Leia a reportagem completa aqui.