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'Mini lockdown' não freia avanço da Covid-19 e média móvel de óbitos cresce 103,8%
A média móvel de mortes para o novo coronavírus segue um ritmo crescente
Diante do colapso no sistema de saúde, a média móvel de óbitos e casos confirmados para o novo coronavírus segue um ritmo crescente em Mato Grosso, com aumentos, de 103,8,1% e 17,5%, respectivamente, em relação ao mesmo número de duas semanas atrás.
Apenas durante os três primeiros meses do ano, o número total de óbitos e casos, já equivalem a respectivamente 42,8% e 52,7% do total registrado durante todo o ano de 2020. Especialista aponta que o aumento revela insuficiência do decreto do governador Mauro Mendes (DEM), que desde o dia 3 de março restringiu parcialmente o horário do comércio e determinou toque de recolher entre as 21h da noite e 5h da manhã.
Levantamento feito pelo Olhar Direto, com base nos números publicados pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), aponta que nesta segunda (15), o estado atingiu a média móvel de aproximadamente 53 óbitos em decorrência da Covid-19, um aumento de 103,8% em comparação com 14 dias atrás (1º de março), quando o valor era de aproximadamente 26. Apenas nas últimas 24h, 86 morreram vítimas do novo coronavírus, maior número desde o começo da pandemia.
Em relação ao número de casos confirmados, a média móvel ficou em 1.625 - maior número desde o começo da pandemia -, o que resultou em uma elevação de 17,5% na quantidade média de casos registrados em relação a 14 dias atrás, que era de 1.383. O ritmo de crescimento dos casos confirmados é menor quando comparamos com a curva de óbitos, mas a tendência também é de aumento.
Feito para acompanhar o avanço da curva epidemiológica, o cálculo da média móvel consiste na soma do último registro com os seis números anteriores, dividido por sete.
A equação, que possibilita a filtragem dos dados e a remoção da tendência de oscilação que dificulta a percepção da evolução real dos óbitos e infecções, é a forma mais confiável recomendada por pesquisadores para acompanhar os dados sobre a pandemia.
Para Márcia Hueb, infectologista e professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o aumento acelerado observado na média móvel de óbitos nos últimos 14 dias, cerca de 103,8%, acontece porque as mortes representam os dados objetivos da pandemia.
Segundo a pesquisadora, isso acontece porque todos aqueles que morrem com diagnóstico positivo para Covid-19 automaticamente são inseridos nas estatísticas, diferente do registro dos casos, que muitas vezes sequer são confirmados.
“Potencialmente, nós registramos todos, ou quase todos, os óbitos que tem como suspeita ou como confirmação a Covid. Já os casos, nós temos que ter clareza que, mesmo com essa curva tão crescente de casos, eles representam apenas aqueles que foram confirmados porque procuraram uma assistência de saúde e porque foi feito exame neles que confirma a presença do vírus. Ou seja, muitos casos não são diagnosticados e não estão nestas estatísticas, já os óbitos são, realmente, um retrato mais fiel”, explica.gvfcvc