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Morador de MT é preso pela 2ª vez por ter mesmo nome de criminoso procurado
Alisson Rodrigues dos Santos, de 29 anos, morador de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, foi preso pela segunda vez, em 5 anos, por ter nome igual a de um criminoso processado pela polícia. Pessoas homônimas são aquelas que têm um nome idêntico ao de outra pessoa.
Em 11 de março deste ano, Alisson seguiu por uma das avenidas da cidade, quando foi abordado por uma equipe policial. Ele, que trabalha como pedreiro, estava indo fazer um orçamento, por volta das 20h.
“Os policiais descobriram a mim seguir e deram sinal para eu parar. Eu parei e já fui logo explicando que existe um criminoso procurado que tem o mesmo nome que eu”, contou Alisson.
“Eles questionaram quem era “Lagoa”, e explicaram que era o homem acusado de crime, que tem o mesmo nome que o meu. Também contei que já havia sido preso por engano em 2019, em São José do Rio Preto – São Paulo -, por causa do nome homônimo. Ainda assim, me levaram para a delegacia”.
Alisson contou que era natural de São Pedro da Cipa e que mora na Primavera do Leste há mais de 15 anos.
A reportagem aguarda posicionamento da SESP-MT (Secretaria Estadual de Segurança Pública). A Defensoria Pública também foi procurada e conseguiu enviar informações sobre o andamento processual.
Na delegacia, percebi que os números dos documentos de Alisson eram diferentes dos registros do homem procurado.
“Dormi na delegacia, não comi nada, porque já tinha passado o horário de servir o jantar, só bebi água. No dia 12 de março, me mandaram para a cadeia pública e lá também fiquei sem comer nada até às 11h. Aí pedi para ligar para a minha família e expliquei para os escrivães que era um erro”, relatou Alisson.
Segundo a vítima, os policiais civis analisaram seus documentos e perceberam que realmente poderia haver um erro. “Mesmo assim, não me soltei, porque aí a soltura já depende do juiz. Fique até às 13h de terça-feira sem conseguir contato com a milha família, só depois desse horário eles foram avisados”.
A irmã de Alisson, que já tinha presenciado o que aconteceu com o irmão em 2019, foi até a Defensoria Pública de Primavera do Leste pedir ajuda, já que em 2019 o órgão tinha defendido o rapaz.
“Minha irmã foi na Defensoria e rapidamente intercedeu por mim, mas ainda assim só fui solta na quarta à tarde. Agora o que me deixa triste é que meus documentos sumiram e agora, não tenho nem como comprovar que eu sou eu, além disso, não tenho como sair de Primavera, porque estou sem minha CNH e tenho que ficar andando com o alvará de soltura para todo lado”.
Primeira prisão
Em 2019, quando foi preso em São José do Rio Preto, Alisson tinha ido para a cidade paulista carregando consigo o sonho de se formar em engenharia civil.
Na época, ele foi confundido com um homem acusado de ter cometido o crime de tentativa de homicídio triplamente qualificado em Diamantino, a 229 km de Cuiabá, em 2016.
Durante o inquérito policial, a vítima proporcional, por meio de fotos, os supostos autores do crime: PIMAS e Alisson Rodrigues dos Santos, conhecido como “Lagoa”.
Porém, os policiais não o localizaram no endereço que tinham. Por determinação da autoridade policial, foi realizada a qualificação indireta na investigação de localização do autor do crime. O acusado foi identificado pelo nome, mas os policiais não se atentaram a outros itens de sua qualificação (filiação, data de nascimento etc.).
Como consequência desse lapso, Alisson (o inocente) foi preso em abordagem policial realizada no dia 18 de maio de 2019, em São José do Rio Preto.
O mato-grossense estava trabalhando no dia do crime, conforme consta em sua folha de ponto. Ele foi recolhido na unidade prisional no noroeste paulista até a decisão judicial favorável à soltura – dia 27 de maio, depois de 9 dias detido.
O medo
Nos dois casos, o medo de Alisson foi e continua sendo morto por engano por outros criminosos. “Tenho recebido de ser confundido com membros de facção ou de achar que pertencem a algum grupo criminoso, o que não é verdade. No meu bairro todos me conhecem, sabem que trabalho com construção civil e que nunca cometi crime”.
Depois da prisão, e com a chegada da pandemia da covid-19, Alisson voltou para Primavera do Leste, onde mora com a família.