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Delegado aponta indício de homicídio: adolescente levou tiro na nuca em Guarantã e médico é o principal suspeito
A Polícia Civil de Guarantã do Norte apura um possível caso de homicídio que vitimou a adolescente Kethyn Vitória de Souza, de 15 anos, na madrugada do último sábado (4). A jovem foi atingida por um tiro na nuca e morreu pouco depois de ser levada ao hospital. O principal suspeito é o médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, de 29 anos, com quem a vítima mantinha um relacionamento.
De acordo com o delegado Waner dos Santos Neves, o suspeito deve se apresentar ainda nesta segunda-feira (6). “Uma tragédia. Uma vítima de 15 anos perdeu a vida. Trabalhamos para apurar as circunstâncias e esclarecer a dinâmica dos fatos”, afirmou em entrevista coletiva.
Segundo o laudo preliminar da perícia, o disparo entrou pela região da nuca e transfixou da direita para a esquerda do crânio. Para o delegado, essa evidência descarta a hipótese de suicídio, inicialmente levantada pela defesa do médico. “No meu entendimento, é incompatível com a versão de que ela teria atirado contra si mesma”, destacou.
Versões conflitantes
A defesa do médico argumenta que a jovem teria atentado contra a própria vida, versão que teria sido relatada por Bruno ao irmão, em um áudio enviado logo após o ocorrido. No entanto, a Polícia Civil considera o depoimento frágil diante do laudo técnico. “Essa versão inicial de que ela mesma atirou não condiz com o que mostra a perícia”, reforçou o delegado.
O crime teria acontecido dentro do carro do médico, onde, segundo as investigações, apenas ele e Kethyn estavam no momento do disparo.
Vídeo com arma é antigo, diz delegado
Circula nas redes sociais um vídeo onde Bruno aparece com uma arma ao lado de Kethyn e outra mulher. A Polícia Civil, no entanto, afirma que as imagens não são do dia do crime. “Aquele vídeo não corresponde ao dia dos fatos. Até o momento, foi apurado que apenas ele e a vítima estavam juntos no dia do ocorrido”, esclareceu Waner.
Investigação sobre relação e possível estupro de vulnerável
Outro ponto em apuração é quando teria começado o relacionamento entre o médico e a adolescente. Kethyn completou 15 anos em 31 de março. Caso seja confirmado que a relação começou antes dos 14 anos, o caso pode ser enquadrado como estupro de vulnerável.
Conduta no hospital
O boletim de ocorrência informa que Bruno chegou ao hospital com Kethyn pedindo, desesperadamente, que salvassem “sua menina” e dizendo que não conseguiria viver sem ela. Apesar dos esforços da equipe médica, que tentou reanimar a jovem por cerca de 40 minutos, ela não resistiu. Após o óbito ser confirmado, o suspeito teria quebrado parte da estrutura da unidade, danificando portas e janelas.
Até o momento, a Polícia Civil não confirmou se já foi solicitado um mandado de prisão contra o médico. As investigações seguem para esclarecer completamente o caso.