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Mulher sequestrada em Sorriso é raptada novamente e torturada para gravar vídeo de retratação
A Polícia Civil de Sorriso investiga um novo desdobramento em um caso de sequestro ocorrido na cidade na última sexta-feira (2). Após ser resgatada de um cativeiro no bairro Jardim Primavera, uma mulher de 31 anos foi novamente raptada por criminosos ligados à mesma facção responsável pelo primeiro crime. Desta vez, a vítima foi torturada e forçada a gravar um vídeo negando o próprio sequestro, numa tentativa de manipular as investigações e livrar os suspeitos já detidos.
Segundo o delegado Bruno França, a vítima foi submetida a uma sessão de tortura, recebendo mais de 50 chicotadas. Durante as agressões, os criminosos a obrigaram a dizer, em vídeo, que não havia sido sequestrada e que estava no cativeiro por vontade própria. O material seria divulgado com o intuito de inocentar os cinco homens presos na primeira ação policial. “Trata-se de uma prova totalmente fraudulenta e sem qualquer valor diante das evidências já colhidas pela investigação”, afirmou o delegado.
As agressões teriam sido realizadas durante uma chamada de vídeo com um número vinculado ao interior da Penitenciária Central do Estado, o que levanta suspeitas de que os crimes possam ter sido orquestrados de dentro da unidade prisional.
Após tomar conhecimento da nova violência, a Polícia Civil localizou a vítima, que foi imediatamente acolhida na delegacia. Diante do alto risco de retaliação, o delegado Bruno França solicitou ao poder público municipal a remoção da mulher e de seus familiares da cidade em caráter emergencial medida que foi executada ainda no fim de semana.
Prisão no primeiro sequestro
No dia do primeiro sequestro, a vítima foi mantida em cárcere em uma residência no Jardim Primavera, sendo localizada após trabalho de inteligência da polícia. Na ocasião, cinco homens foram presos em flagrante. A mulher apresentava sinais de agressão e contou que foi capturada por integrantes de uma facção criminosa.
A nova linha investigativa aponta que o vídeo gravado sob tortura seria uma tentativa do grupo de desmoralizar o depoimento da vítima e prejudicar o andamento do processo judicial.
A Polícia Civil segue com as diligências para identificar os envolvidos no segundo sequestro e nas agressões, e também apura a possível participação de internos da Penitenciária Central.