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Fiscalizações de trânsito poderão ter teste de uso de drogas
Segundo o Denatran, isso pode ocorrer em até um ano
Em menos de um ano, o Brasil deve passar a fazer testes de uso de drogas durante as fiscalizações de trânsito, a exemplo do que ocorre com o bafômetro para o consumo de álcool. A afirmação foi feita pelo assessor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Daniel Cândido, em audiência pública realizada na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, no dia 25 de agosto.
Segundo ele, a análise de produtos com essa finalidade começou há poucas semanas. Alguns são capazes de detectar dezenas de drogas pela saliva, como cocaína, maconha e opiáceos. O assessor do Denatran acredita que, em seis meses, a avaliação do equipamento será concluída nas câmaras temáticas do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Pode, então, surgir uma minuta de resolução do Contran para regularizar o uso, como ocorreu com o bafômetro", explica.
Atualmente, a falta dos kits para detecção de uso de drogas faz com que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) use a intuição para identificar o problema. "Se o condutor apresenta comportamento que dá indícios de ter consumido algum tipo de substância, e deu negativo no teste de etilômetro, a gente acredita que ele pode ter usado alguma substância ativa. A gente pode encaminhá-lo à polícia judiciária para que faça os procedimentos e testes, a fim de analisar se, realmente, está sob efeito de alguma droga", conta o chefe da divisão de Planejamento Operacional do órgão, Edson Nunes de Souza.
O presidente da ABC (Associação Brasileira de Criminalística), Bruno Telles, afirmou que, em 2013, a incidência de drogas ilícitas em acidentes aumentou um ponto percentual e chegou a 13%. Ele ressaltou que cada morte em rodovia chega a custar R$ 200 mil para os cofres públicos, somente em atendimento médico e hospitalar. “Isso pode financiar milhares de kits hoje para conduzir uma fiscalização mais adequada", avalia.