MPE aciona Justiça e pede indenização de R$ 189 mil a homem que tingiu cachoeira com corante azul
Empresário desiste de Maggi como testemunha em ação penal
Ausência de representante da empresa Dymak Construções leva juíza a cancelar audiência nesta sexta
A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, cancelou a audiência marcada para esta sexta-feira (26), na qual o senador Blairo Maggi (PR) iria depor em audiência da ação penal derivada do caso conhecido como "Escândalo dos Maquinários".
O cancelamento, segundo a magistrada, ocorreu em função da ausência do representante da empresa Dymak Construções, Valmir Gonçalves Amorim.
O empresário desistiu, por meio de requerimento, de arrolar o senador republicano como testemunhas.
Blairo Maggi havia sido inquirido como testemunha, a princípio, em razão de ter governado o Estado na época em que teria ocorrido o suposto superfaturamento de cerca de R$ 44 milhões, na aquisição de 705 máquinas, no programa “MT 100% Equipado”.
O senador, juntamente com o ex-secretário de Estado Eder Moraes, chegou a ser réu na ação,s que tramitou na Justiça Federal. No entanto, ambos foram inocentados pelo então juiz Julier Sebastião da Silva, em março de 2014.
Na ocasião, além das empresas envolvidas (com exceção da Extra Caminhões), os ex-secretários de Estado Geraldo De Vitto e Vilceu Marchetti (falecido) também foram condenados a ressarcir os cofres públicos em R$ 44 milhões, a pagarem multa de R$ 10 mil e e tiveram a suspensão dos direitos políticos por cinco anos.
Na ação penal que tramita na Justiça Estadual, 12 pessoas constam como réus: o ex-secretário de Estado de Administração Geraldo De Vitto; o ex-superintendente da Secretaria de Infraestrutura, Valter Antônio Sampaio; o gerente de vendas a Governo da Iveco Latin America, Davi Mondim, e os empresários José Renato Nucci (Tork Sul Comércio de Peças e Máquinas); Rui Denardim (Mônaco Diesel Caminhões e Ônibus Ltda.); Sílvio Scalabrin (Mônaco Diesel Caminhões e Ônibus Ltda.); Harry Klein (Iveco Latin America); Valmir Gonçalves de Amorim (Dymak Máquinas Rodoviárias Ltda.); Marcelo Fontes Corrêa Meyer (Tecnoeste Máquinas e Equipamentos Ltda.); Ricardo Lemos Fontes (Cotril Máquinas e Equipamentos Ltda.); Otávio Conselvan (Auto Sueco Brasil Concessionária de Veículos Ltda.) e Rodnei Vicente Macedo (Rodobens Caminhões Cuiabá S/A).
Todos os réus já foram interrogados em março deste ano, e a maior parte das testemunhas já prestou depoimento.
O escândalo
A denúncia contra os doze réus foi recebida em 2013. E, conforme denunciou o Ministério Público Estadual (MPE), o recurso utilizado para a aquisição das máquinas foi oriundo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), um total de R$ 241 milhões.
Há indícios de que a compra, por meio de processo licitatório no programa “MT 100% Equipado”, do Governo do Estado, teria sido superfaturada em cerca de R$ 44 milhões, em 2009.
A descoberta do rombo nos cofres públicos foi por meio de investigação realizada pela Auditoria Geral do Estado, a pedido do próprio governador da época, Blairo Maggi.