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Doações desabam e HCan diz viver "situação desesperadora"
Para conseguir amenizar a falta de doações e comprar alimentos, hospital tem acumulado dívidas
Em 15 anos como coordenadora de Nutrição do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan), Luana Falcão nunca havia visto o estoque de alimentos da unidade tão vazio.
De acordo com ela, a pandemia do novo coronavírus afetou drasticamente o volume de doações, que antes eram feitas por parceiros fixos e arrecadadas em eventos.
Por mês, o hospital utiliza 500 kg de feijão, 900 kg de arroz e 150 litros de suco concentrado para conseguir atender a demanda de cerca de 800 refeições por dia. Mesmo em meio à pandemia, o HCan realizou mais de 68 mil atendimentos em 2020.
"Hoje a situação é desesperadora, porque não temos dinheiro. Os alimentos que temos que comprar, como carne, hortifruti e gás aumentaram absurdamente. Estamos em situação bem complicada. Coisas como óleo e arroz, que antes nem precisávamos pedir, hoje pedimos e não chega", lamentou.
A sala onde fica o estoque de doações está completamente vazia. Luana nunca viu o hospital em situação tão delicada antes e contou que tem vontade de chorar quando entra no local e não vê os alimentos.
"Nós tememos pelo pior, porque está bem complicado conseguir doação. Estamos sempre pedindo nas redes sociais. Chega uma coisa ou outra, mas não é suficiente por conta situação em que chegamos. Há muito tempo não precisávamos comprar óleo, por exemplo. Sempre tivemos essa parceria da população. Estou aqui há 15 anos e nunca passei por isso, de olhar o estoque e ter vontade de chorar", disse.
Para conseguir amenizar a falta de doações e comprar alimentos, a equipe do hospital já acumula dívidas com empresas.
"Estamos comprando alimento com dinheiro de emenda, do hospital, que é para comprar medicação. O dinheiro, que era curto, ficou menor ainda. Mas não podemos deixar o paciente, a família dele e os funcionários sem comida", avaliou.
Óleo, feijão, arroz, azeite, extrato de tomate, café, vinagre, achocolatado, trigo, chás, biscoito água e sal, creme de leite e suco concentrado são os alimentos que o HCanMT precisa com mais urgência no momento. Além disso, a unidade também precisa de fraldas geriátricas.
“O câncer não para e a demanda por alimentos também não, uma vez que o nosso hospital oferece alimentação para o paciente, acompanhante e alguns colaboradores. Nós precisamos muito da ajuda em doações, que, infelizmente, caíram com a pandemia”, afirmou.
As doações podem ser entregues na Central de Captação do HCan, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, e sábado das 7h às 11h.
A instituição ressalta que o setor fica em uma parte anexa ao hospital e a equipe está tomando todas as medidas de biossegurança.
Doações em dinheiro também podem ser feitas pelo Pix do HCan: 24.672.79270001-09 (CNPJ)