Chefe da Fiemt admite subestimar a crise e diz que MT tem pior incentivo
Sobre a lei de incentivos fiscais, Jandir Milan entende que a legislação precisa ser totalmente revista
O presidente da Fiemt, Jandir Milan, admite que errou ao subestimar a crise financeira enfrentada pelo país. O dirigente conta que chegou a se pronunciar publicamente afirmando que a crise não traria consequências tão graves ao setor da indústria no Estado.
“Realmente a crise é muito grande, em Mato Grosso já chegou e eu achava que chegaria apenas no próximo ano. Me enganei quanto à isso”, disse ao Rdnews, após prestar depoimento à CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal.
Exemplo disso é o índice crescente de desemprego no setor, bem como o fechamento de empresas, que apesar de não contar com um levantamento oficial, para o presidente, é nítido . “Algumas estão até entrando com recuperação judicial. Então, realmente estamos com muitos problemas. A dose de crise foi muito grande”, lamenta.
Já sobre a lei de incentivos fiscais, Milan entende que a legislação precisa ser totalmente revista. Isso porque, segundo ele, o modelo implantado hoje é uma ilusão. “O pior incentivo que temos no Brasil hoje é o de Mato Grosso, onde não se considera os créditos”. Ele explica que os créditos são gerados na compra de mercadorias. “Nós abrimos mão disso, então esse volume de incentivo que se diz na imprensa não é a realidade. A realidade é a diferença na conta gráfica que é o crédito menos o débito. Esse é o incentivo”, afirmou.
CPI
Os próximos a depor são o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário Alan Zanatta. Ambos devem ser ouvidos na terça (15) e quarta (16), respectivamente.
A CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal foi criada em março deste ano para investigar supostas irregularidades na política estadual de incentivos fiscais, bem como a possível prática de sonegação em Mato Grosso. A Comissão tem como relator o deputado Max Russi (PSB). A CPI tem três sub-relatorias, sendo elas a sub-relatoria das Cooperativas, do Incentivo Fiscal e do Regime Especial, tendo à frente os deputados Wancley Carvalho (PV), Gilmar Fabris (PSD) e Wilson Santos (PSDB), respectivamente.