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Cartola rebate críticas: “Estamos pensando no material humano”
André Xela afirmou que o clube de Várzea Grande não trata de questões do passado dos atletas
Dirigente do Operário Várzea-grandense, o cartola André Xela rebateu as críticas sobre a contratação do goleiro Bruno Fernandes para a temporada 2020.
Xela afirmou que o clube não trata de questões do passado dos atletas. Ele frisou que o objetivo do time é contar com jogadores que podem ajudar na conquista de títulos.
Bruno foi condenado em 2013 a mais de 20 anos de prisão por participação na morte da modelo Eliza Samudio, mãe de um filho dele.
“Nós estamos pensando no material humano. O jogador de futebol Bruno é quem o Operário está contratando. Questão do passado dele é a Justiça. Ele pagou parte da pena e progrediu de regime e precisa trabalhar”, afirmou.
Na última sexta-feira (17), a Justiça de Minas Gerais autorizou o goleiro a cumprir a pena por homicídio triplicamente qualificado em Mato Grosso e trabalhar no clube.
Atualmente o goleiro cumpre pena em regime semiaberto domiciliar em Varginha (MG), onde está desde abril de 2017.
Ele conseguiu a progressão de pena em 19 de julho do ano passado após uma decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais do Município.
Conforme André, o Operário agora aguarda o processo do goleiro chegar no Estado para saber como a Justiça mato-grossense irá definir o cumprimento da pena para depois anunciar a contratação do atleta.
O dirigente ainda disse que a maioria da torcida apoia a vinda de Bruno. Afirmou também que nenhum dos patrocinadores do clube demonstrou rejeição a contratação do atleta.
Nesta segunda-feira (20), porém, um dos patrocinadores masters do Campeonato Mato-grossense de Futebol 2020, a cooperativa de crédito Sicredi pediu para que o seu nome não estampe a camisa do Operário.
André disse que respeita a decisão da cooperativa e vai atender o pedido.
“A torcida, pelo o que a gente está vendo, está meio a meio. Na verdade, está mais para quem apoia do que para quem rejeita. Todos nossos patrocínios estão mantidos. Claro que a gente sabe que tem a rejeição, mas a gente não está tratando essa questão de que o Bruno fez alguma coisa e deve para a Justiça. A gente está pensando no atleta que pode vir e ajudar a conquistar os títulos que a gente almeja”, afirmou.
Polêmica
A ideia de contratação do goleiro pelo Operário gerou polêmica em Mato Grosso. Em entrevista ao MidiaNews a ativista do movimento feminista Lélica Pereira de Lacerda avaliou que uma eventual contratação é um recado de que "o feminicídio tem respaldo em Mato Grosso".
“Essa contratação é uma violência simbólica e um aviso para as mulheres de que a violência contra a mulher é tolerada”, disse Lélica.
Na noite desta terça-feira (21), um grupo de mulheres chamado “Bloco das Meninas” irá protestar contra a contratação do goleiro na Arena Pantanal.
O local, no entanto, pode ser alterado, já que as manifestantes souberam que o Operário vai organizar um evento no Estádio Dito Souza, em Várzea Grande, no mesmo horário. Caso seja confirmado, o local será redefinido.