Assassino de agrônomo cita coronavírus e pede prisão domiciliar
Paulo Faruk possui 62 anos de idade e tem um histórico de hiperplasia de próstata
O fazendeiro Paulo Faruk de Moraes, que confessou ter assassinado o engenheiro agrônomo Silas Henrique Palmieri Maia, em fevereiro do ano passado, pediu autorização para ficar em prisão domiciliar.
Ao juiz da Comarca de Porto dos Gaúchos, a defesa do fazendeiro citou a pandemia do novo coronavírus e alegou que Paulo Faruk já possui 62 anos de idade e tem um histórico de hiperplasia de próstata.
Desata forma, conforme a defesa, a manutenção do fazendeiro na prisão coloca em risco sua saúde. “O certo é que o requerente se encontra no grupo de risco pela idade que ele tem e pela doença de base de histórico de inflamação da próstata - tanto que tinha cirurgia agendada antes de sua prisão conforme documentos em anexo”, diz trecho do pedido.
A defesa sustentou ainda que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o próprio Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) já emitiram recomendações para que presos que integrem os grupos de risco não sejam mantidos em cárcere.
Ainda no pedido, a defesa usa de uma metáfora para tentar a prisão domiciliar do assassino confesso.
“Acontece que, ao utilizar a prisão preventiva indiscriminadamente, mantendo pessoas em riscos nos covis insalubres estatais, e, considerando as medidas adotadas para prevenção da propagação da doença temos a impressão de estarmos em um navio em vias de naufrágio, onde deixar trancafiado o preso para morrer, sendo que toda a tripulação buscará uma forma de se salvarem, mas os encarcerados daquele navio não terão essa chance de buscar salvamento”.
“Será que a pequena cidade de Porto dos Gaúchos tem condições médicas de atender os encarcerados”, questionou a defesa.
Relembre o caso
A vítima foi morta com seis tiros, na região do pescoço e cabeça. Os disparos, flagrados por câmeras de segurança, foram dados por trás, sem que a vítima pudesse se defender.
Conforme o delegado Carlos Henrique Engelmann, que investiga o caso, o empresário se apresentou na Delegacia de Juara em 21 de fevereiro.
O delegado revelou que o fazendeiro confessou o crime. O policial ainda informou que o motivo do assassinato foram as desavenças entre os dois resultantes de uma dívida que Moraes tinha com a empresa em que o engenheiro trabalhava.
"O fazendeiro ficou incomodado com as cobranças que recebia e foi nutrindo um sentimento de ódio", relatou Engelmann.
O produtor relatou que estava se sentindo incomodado com a presença da vítima na fazenda dele, mas que não desejava matá-lo.
Ele contou que tinha financiado o custeio da lavoura e na época da colheita o financiador foi até a propriedade cobrar a parte dele, para que a soja não fosse vendida
O engenheiro era o representante da empresa financiadora e estava fiscalizando a colheita.