Laudo da perícia deve apontar causa da morte de homem supostamente atacado por onça
Após derrota no STJ, dono da Verde Transportes recorre no STF
Eder Pinheiro teve a ordem de prisão decretada na Operação Rota Final, mas está foragido há um mês
Após sofrer uma derrota no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o empresário Eder Pinheiro, dono da Verde Transportes, entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).
Pinheiro tenta reverter a ordem de prisão decretada contra ele na 3ª fase da Operação Rota Final. O habeas corpus foi distribuído para o ministro Edson Fachin.
A operação foi deflagrada no dia 14 maio e, na ocasião, Pinheiro não foi encontrado em sua residência, em Brasília. Passado mais de um mês, ele ainda não se entregou e é considerado foragido. O nome dele, inclusive, foi incluído no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A Rota Final apura um suposto esquema de monopólio no transporte intermunicipal em Mato Grosso. Pinheiro é acusado de ser o líder da suposta organização criminosa. Ele chegou a ser preso na 1ª fase da operação, em 2018.
No dia 10 de junho, o ministro convocado do STJ, Olindo Menezes, manteve a prisão do empresário. No habeas corpus, a defesa alegou que Eder não se apresentou para o cumprimento do decreto, tendo em vista “o evidente caráter ilegal da medida e, principalmente, por entender que se trata de perseguição pessoal e injustificada”. Ainda citou o risco de contaminação pela Covid-19 no interior do presídio
Em sua decisão, Olindo Menezes classificou como “fatos graves” as acusações que levaram à decretação da prisão do empresário e negou que ele sofra risco de contaminação por Covid na prisão.
A operação
As investigações constataram que empresários teriam se juntado a servidores públicos e políticos para impedir a licitação do setor.
Com o pagamento de propina, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), as empresas que possuíam contratos precários - e que cobravam valores abusivos nas passagens - operaram livremente durante anos no Estado.
As investigações são conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária), ambos do MPE.
Além de Eder Pinheiro, também foram alvos da terceira fase o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros de Mato Grosso (Setromat), Júlio Cesar de Sales Lima, o ex-deputado estadual Pedro Satélite, o deputado estadual Dilmar Dal'Bosco e a assessora parlamentar Cristiane Cordeiro.
Foram cumpridas, ainda, ordem de sequestro judicial de bens dos investigados até o montante de R$ 86 milhões.
O montante abrange vários imóveis, dois aviões, vários veículos de luxo, bloqueio de contas bancárias e outros bens necessários ao ressarcimento do prejuízo acarretado pela prática dos crimes.