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Médico é indiciado por feminicídio de adolescente de 15 anos em Guarantã do Norte; pena pode chegar a 62 anos de prisão
A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou a morte da adolescente Ketlhyn Vitória de Souza, de 15 anos, e indiciou o então namorado da vítima, um médico de 30 anos, por feminicídio e outros seis crimes relacionados ao caso. O homicídio ocorreu na madrugada do dia 3 de maio, em Guarantã do Norte (MT). Se condenado pelas penas máximas somadas, o acusado poderá cumprir até 62 anos de prisão, em regime inicialmente fechado.
De acordo com as investigações conduzidas pelo delegado Waner Neves, os crimes ocorreram em uma janela de 33 minutos. Às 00h55, o casal deixou um bar no centro da cidade. Às 00h56, o veículo em que estavam foi flagrado trafegando pela Avenida José Nelson Coutinho. Um minuto depois, já na Avenida Guarantã, a jovem teria sido colocada no colo do médico e assumido a direção do carro. Nesse momento, foi efetuado o disparo que atingiu sua cabeça.
A bordo do carro, o médico dirigiu em alta velocidade até o hospital, chegando às 01h02. Ketlhyn teve o óbito confirmado às 01h28. A Polícia Militar foi acionada pela direção do hospital e chegou ao local três minutos depois.
O médico foi preso preventivamente dois dias após o crime, em 5 de maio. Durante o interrogatório, confessou ter efetuado o disparo, alegando que acreditava que a arma estava descarregada. Ele afirmou ainda ter prestado socorro à vítima imediatamente após o ocorrido.
O inquérito apontou que o médico cometeu os seguintes crimes: feminicídio, dano ao patrimônio público, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, conduzir veículo sob efeito de álcool, entregar direção a pessoa não habilitada e fornecer bebida alcoólica a menor de idade.
A investigação revelou ainda que o relacionamento entre o médico e a adolescente começou oficialmente em janeiro de 2025, em uma união estável. Ele havia sido apresentado a Ketlhyn pela irmã dela no ano anterior. Em fevereiro, a jovem chegou a ser atendida pelo próprio namorado no hospital com sangramentos nasais — ele alegou, à época, que não se tratava de agressão.
Outro ponto apurado é que o médico adquiriu ilegalmente a arma usada no crime em 2022. Testemunhas relataram que, uma semana antes do homicídio, ele teria feito disparos a esmo com a mesma arma em via pública.
No hospital, após a morte de Ketlhyn ser confirmada, o médico teve um surto e danificou parte das instalações da unidade. Conforme um funcionário, ele chegou transtornado e pedia aos gritos para que “salvassem a menina dele”, dizendo que “não saberia viver sem ela”.
O caso foi encerrado pela Polícia Civil e agora segue para o Ministério Público, que analisará o oferecimento da denúncia à Justiça.