Vítimas de agente discutem medidas após regime semiaberto
As mulheres expuseram seus medos e receberam alternativas
Duas vítimas do agente penitenciário Edson Batista Alves, 35, foram ouvidas na Câmara Setorial Temática da Mulher, da Assembleia Legislativa. Em uma das pautas da reunião, as mulheres expuseram seus medos e receberam alternativas.
No dia 10 de janeiro, o agente penitenciário teve a prisão convertida para o regime semiaberto. Ele manteve a última vítima em cárcere privado e além de espancá-la, quebrou o braço do filho dela de 6 anos. Ele já usava tornozeleira eletrônica e tem outras 6 vítimas.
Por conta da reincidência de violência doméstica de Edson Batistas, as vítimas se sentem inseguras. Uma delas buscou o botão do pânico, entretanto, ainda tem medo do agressor.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Glaucia Amaral, comenta sobre o receio das vítimas, mesmo com o botão do pânico. “Não é uma vida, a pessoa com esse botão do pânico na mão. Na realidade ela não vive. É um inferno, ela tem medo o tempo inteiro”, explica.
Procedimentos administrativos foram trazidos pelas participantes para ajudar as vítimas. “Elas trouxeram o caso e discutimos a questão das vítimas em geral, no sentido da necessidade delas serem ouvidas, até pra gente rediscutir procedimentos, colocar a legislação em prática. A Câmara Setorial Temática da Assembleia decidiu tomar alguns procedimentos administrativos, em relação a esse caso especifico”.
A professora Jacy Proença, que está à frente da Câmara Setorial, relata que a Patrulha Maria da Penha estava na reunião e irá prestar ajuda às vítimas. Além disso, acompanhará de perto o processo.
O grupo vai encaminhar ao juiz as considerações da pauta.“As duas vítimas que estava nos relataram a preocupação delas, se sentindo vulneráveis, e falaram da necessidade do trabalho da Câmara, de acompanhar a situação para que para que acorrências como essas não se repitam”, explica Jacy.
O caso
Edson já fazia uso de tornozeleira eletrônica e era monitorado pela Justiça como medida cautelar de um processo de violência doméstica. Ele já foi denunciado 6 vezes por esse crime. Em Julho deste ano, teve o porte de arma revogado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) sob o argumento de ‘prática de infração disciplinar e/ou criminal em apuração’.
O crime chocou os policiais que atenderam a ocorrência. A criança estava com o braço quebrado devido ao espancamento sofrido, além de várias lesões pelo corpo.
Durante um jantar na casa de uma amiga do suspeito, ela conseguiu chamar um carro de aplicativo e se deslocou até a Base Comunitária da Polícia Militar no bairro Araés, onde fez a denúncia. Mãe e filho foram levados para a Central de Flagrantes, onde o caso foi registrado.