Riva completa quatro meses atrás das grades
José Riva é considerado o 'ícone' da corrupção no Estado, com mais de 100 processos por improbidade administrativa
O ex-deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Estado, José Geraldo Riva (PSD), completou quatro meses atrás das grades neste domingo (21). Após diversos pedidos de habeas corpus negados pela justiça, o ex-parlamentar segue preso preventivamente no Centro de Custódia de Cuiabá.
Considerado o 'ícone' da corrupção no Estado, com mais de 100 processos por improbidade administrativa, Riva foi detido no dia 21 de fevereiro deste ano após ser apontado como um dos mandantes de um suposto esquema de fraude em licitação através de materiais gráficos. A ação, que também envolve sua esposa, Janete Riva (PSD), resultou em um rombo de mais de R$ 62 milhões aos cofres públicos do Estado.
Na última sexta-feira (19), terminou o prazo para o Ministério Público apresentar as alegações finais, sobre a acusação que envolve o ex-deputado. Deste modo, a defesa de Riva deve pedir a convocação de novas testemunhas.
Desde o dia 28 de maio a juíza juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, está com o pedido de revogação da prisão de Riva, que ainda deve ser avaliado pela magistrada.
Maiores escândalos
Entre os processos de maior repercussão, que fazem parte do ‘currículo’ do ex-deputado, está o ‘Escândalo das Calcinhas’. Nos anos de 2001 e 2002, época em que ocupava a presidência do legislativo, Riva teria supostamente liderado um esquema de desvio de verba pública através de empresas de ‘fachada’. Dentre estas instituições, estava uma fábrica de calcinhas, que teria recebido R$ 3 milhões da Casa de Leis, como consta no processo.
Outro esquema que Riva estaria envolvido é resultado da Operação Arca de Noé, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público (MPE), em dezembro de 2002. Conforme a denúncia do órgão estadual, foram encontrados diversos cheques nominais da Assembleia Legislativa, direcionados a restaurantes e churrascarias, durante a época em que Riva também ocupava presidência da Mesa Diretora. Os danos ao erário ultrapassam a quantia de R$ 97 milhões.
No próximo dia 14 de julho, o ex-deputado será ouvido e julgado pela Justiça do Estado a fim de esclarecer a troca de cheques, os quais, parte deles teriam sido efetuados nas factorings do 'comendador' João Arcanjo Ribeiro.