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Rio tem princípio de confusão e bombas da PM
Ato foi pacífico até a dispersão, às 19h35, quando começou um tumulto e um ônibus foi queimado
Manifestantes se reuniram no Centro do Rio desde o início da tarde até a noite desta quarta-feira (15) em protesto contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).
Sob chuva, diferentes grupos – na maior parte formados por estudantes, professores, sindicalistas e representantes de movimentos sociais – saíram de vários pontos do Grande Rio e foram se encontrando na Candelária.
Por volta das 17h30, os manifestantes iniciaram uma caminhada pacífica pela Avenida Presidente Vargas, sentido Zona Norte, causando alterações no tráfego (veja interdições e desvios abaixo). Pouco antes das 19h, o protesto chegou à Central do Brasil.
De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) do Rio, que participa da organização do protesto, cerca de 150 mil pessoas participaram. A PM não divulgou estimativa de público.
Confusão e ônibus queimado
Às 19h35, quando os manifestantes se dispersavam na Central do Brasil, e os organizadores já haviam anunciado o fim do ato no carro de som, houve confusão, e a PM lançou bombas de efeito moral, provocando correria. Um ônibus foi queimado na Avenida Presidente Vargas.
O ato uniu alunos universitários e de Ensino Médio, pais, professores, entre outros. Cartazes com dizeres como "Educação não é gasto, é investimento" e outros com palavras contra o presidente Jair Bolsonaroforam exibidos.
Nos Estados Unidos, o presidente se manifestou dizendo que não gostaria de contingenciar verbas, mas que isso é necessário. Declarou também que os manifestantes são "uns idiotas úteis, uns imbecis".
Bloqueio de recursos
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir.
O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.