Iniciadas as inscrições para a 9.ª Corrida da Soja em Sorriso
Rejeição à reforma da Previdência marca 1º ato sindical unificado em SP
Centenas de pessoas participaram de manifestação de 10 entidades sindicais e duas frentes populares no vale do Anhangabaú
Centenas de pessoas participam, no Vale do Anhangabaú , centro de São Paulo , do ato conjunto realizado pelas centrais sindicais neste feriado de 1º de Maio , dia do Trabalho. A rejeição ao projeto de reforma da Previdência do governo do presidente JairBolsonaro e o aumento do desemprego uniram dez entidades sindicais e duas frentes populares num ato unificado pela primeira vez na História.
Simule aqui, na calculadora da Previdência , quanto tempo falta para você se aposentar pelas regras da reforma
Neste momento, lideranças sindicais fazem discursos contra a reforma . Um abaixo assinado contra o projeto é passado entre os presentes com o objetivo de conseguir um milhão de assinaturas. As centrais prometem se mobilizar contra a votação do projeto na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, prevista para junho. Além de discursos políticos, o ato prevê apresentações musicais, que começaram por volta das 10h, com o grupo Mistura Popular.
O deputado federal Paulinho da Força, da Força Sindical, disse que a unificação do ato é resultado do atual cenário político vivido pelo país.
-E também das dificuldades vividas pelas centrais. É um ato histórico, que vai nos dar força - afirmou.
O evento terá ainda shows com artistas como Leci Brandão, Simone e Simaria, Felipe Araujo e Ludmilla.
— Viemos ver os shows da Ludmilla e do Felipe Araujo. Não sabemos muito sobre a reforma da Previdência - contaram as irmãs Naiara Fernanda, de 23 anos, e Carolina Ribeiro, de 27, que são da cidade de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.
As centrais também se uniram num ato único por questões financeiras. O fim da contribuição sindical obrigatória com a reforma trabalhista e a Medida Provisória (MP) 873, que dificulta a cobrança da contribuição dos trabalhadores sindicalizados, reduziram as fontes de recursos das centrais. A MP 873 proíbe o desconto em folha dos trabalhadores sindicalizados e obriga o pagamento via boleto. Com os cofres vazios, as centrais não farão sorteios de brindes.
- Bolsonaro foi o fator que uniu as centrais nesse ato. Estamos unidos contra a perda dos direitos dos trabalhadores na hora da aposentadoria e queremos a volta do crescimento da economia para que os brasileiros tenham empregos decentes - disse Wagner Freitas, presidente nacional da CUT.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) também aderiu ao ato único, mas tem uma posição diferente das demais centrais sobre a reforma da Previdência. A entidade é favorável à reforma, mas não a que está tramitando no Congresso. O presidente da UGT, Ricardo Patah, afirmou que a central defende uma reforma transparente, com gestão eficiente e equidade entre todos os trabalhadores.
- Não queremos aposentadorias de R$ 40 mil enquanto outros vão ganhar o salário mínimo. Queremos uma reforma que traga equidade - disse Patah.
Patah afirma que as decisões do governo, como a MP 873, visam sufocar o movimento sindical brasileiro. Ele afirma que obrigar os sindicatos a fazer cobranças via boleto, impedindo o desconto no contracheque, é uma forma de "fechar as portas" das entidades. Além disso, diz Patah, o desemprego gritante e a alta informalidade do trabalho impedem a inclusão social de uma multidão de brasileiros.
Participam do ato, além da CUT e da Força Sindical, a CTB, UGT, Intersindical, CSB, CGTB, Nova Central, CSP-Conlutas, da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo. Também estão presentes representantes de partidos de esquerda com PT, PSOL e PSTU.