Avança a obra de revitalização do Parque Ecológico Claudino Frâncio
Queimadas consomem 47% de terra indígena em MT
Marãiwatsédé tem 165,2 mil hectares; fogo pode ter origem criminosa
A terra indígena Marãiwatsédé, de mais de 165,2 mil hectares no nordeste de Mato Grosso, já teve mais de 47% de sua área - mais de 78 mil hectares - consumidos pelas queimadas este ano. A constatação é das organizações não-governamentais Operação Amazônia Nativa (Opan) e Instituto Socioambiental (ISA) com base em dados obtidos por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De ocupação xavante e localizada entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, Marãiwatsédé tem se mantido, desde o início do ano, na liderança das terras indígenas em número de queimadas, segundo dados do Inpe. Marãiwatsédé tem registrado mais focos de calor que terras indígenas como Cana Brava (MA), Kraolândia (TO), Pareci (MT) e Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA).
De acordo com relatório da Opan e do ISA, entre o final de julho e agosto houve um aumento significativo do número de queimadas em Marãiwatsédé. Até 24 de julho, elas haviam consumido 23,5 mil hectares da vegetação. Depois, até o dia 9 de agosto, foram consumidos outros 55,3 mil hectares da área.
Só o período mais crítico deste ano até agora – entre os dias 7 de julho e 9 de agosto – teve registro de 3.036 focos de calor na terra xavante, número que supera o total do ano passado em pouco mais de 9%.
Fogo criminoso
A situação de fogo com suspeita de origem criminosa é recorrente desde que a terra indígena passou pelo processo de desintrusão, concluído em 2013. Disputada judicialmente por produtores rurais e pela Fundação Nacional do Índio (Funai), a área teve de ser desocupada à força pelos posseiros. Desde então, incêndios têm sido registrados na área, sobretudo em períodos de seca.