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Prefeito cita pressão e diz que pagava até R$ 1 mil a vereadores
Em depoimento ao Ministério Público, ele confessou que cedeu à pressão dos vereadores
O prefeito afastado de Rondolândia, Agnaldo Rodrigues de Carvalho, revelou que sofria pressão constante de vereadores da cidade para pagar o chamado "mensalinho", que seria uma propina em troca de não ter problemas no Legislativo.
O esquema foi descoberto pelo Ministério Público do Estado, que pediu - e a Justiça concedeu - a prisão de três vereadores. Em entrevista ao MidiaNews, o prefeito afastado - que confessou ao MPE ter cedido às pressões e pago o mensalinho - informou que os pagamentos não tinham data e nem valores certos, mas que sempre eram entre R$ 800 a R$ 1 mil.
Dois dos vereadores - Lígia Neiva e Joaquim Cruz - já foram presos. Já Diones Carvalho, que é presidente do Legislativo municipal, é considerado foragido.
Em outra ação, de improbidade administrativa, a Justiça deferiu o afastamento de Agnaldo do cargo, além do bloqueio de bens até o valor de R$ 100 mil.
De acordo com ele, apesar do afastamento, se sente aliviado e também mais seguro.
“Eu estou me sentindo mais seguro. Porque eu sofri uma pressão muito grande da Câmara ao longo desses dois anos e pouco, com uma persistência cada vez maior de alguns vereadores, fora uns rivais políticos de grande percepção contra minha pessoa”, contou.
Agnaldo disse que chegou a ser afastado do cargo duas vezes, e quando retornou, há dois meses, as chantagens passaram a ser ainda maiores.
“Fui cassado duas vezes. Na primeira fiquei por 30 dias em 2017. Da segunda vez, foi cinco meses. E quando isso aconteceu pela segunda vez, eu vi que não aguentava mais. Então eu fui ao MPE e falei sobre esses vereadores”, disse.
O prefeito revelou que nos últimos dois meses, após reassumir o cargo, as chantagens se intensificaram, inclusive com ameaça de abertura de uma CPI.
Sem dar nomes, o prefeito contou que além dos três citados, ainda existem mais vereadores que usufruíram do mensalinho, mas que não foram presos.
Quanto à nova ordem de afastamento, Agnaldo revelou que acredita que irá voltar ao cargo e afirmou ainda que a população está do seu lado.
“Eu esperava a interpretação da Justiça. E como ela interpretou que eu deveria ser afastado, vejo como um grande prejuízo para o Município. Porque tem dois meses que retornei e já tem vários trabalhos para serem encaminhados”.
“Eu estou mais tranquilo, mesmo eu estando afastado eu estou de alma lavada com a justiça. Hoje mais de 90% do povo de Rondolândia está aplaudindo a ação. Eles estavam revoltados com a situação da Câmara e de alguns dos vereadores. A população está do meu lado. Eu acredito na Justiça e acredito que eu vou voltar. E vou estar aqui para colaborar com a Justiça”, afirmou.