Perícia será feita para concluir investigações da Operação "Edição Extra"
A Edição Extra evou a prisão de empresários donos de gráficas e dois ex–secretários
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) solicitará perícia contábil para finalizar as investigações da operação “Edição Extra” que apura fraudes em licitação do Estado envolvendo empresas do ramo gráfico.
A análise será feita pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) em todos os processos de pagamentos das secretarias que aderiram ao pregão 093/2011, para compras de materiais gráficos, notas de saída e entrada de insumos das 12 gráficas investigadas e que ganharam lotes do pregão, além de notas fiscais da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e pagamentos do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).
A delegada da Defaz, Liliane de Souza Murata Costa, afirma que pretende concluir o inquérito ainda em 2015 e para isto precisa do resultado da perícia. “Durante as investigações foram ouvidas 54 pessoas, sendo 32 servidores. Alguns deles informaram em depoimentos que não costumavam conferir os materiais entregues pelas gráficas aos órgãos.”
Entenda o caso
A Edição Extra foi deflagrada em 18 de dezembro de 2014, e levou a prisão de empresários donos de gráficas e dois ex–secretários adjuntos das Secretarias de Estado de Comunicação (Secom) e Administração (SAD).
A operação investiga se o valor de R$ 26 milhões pagos às gráficas de fato corresponde ao fornecimento real de produtos impressos a órgãos do Estado de Mato Grosso.
Segundo a investigação, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aderiu ao pregão da SAD (093/2011) e consumiu nesse pregão 16 milhões. Posteriormente fez novo pregão (015/2012) e consumiu mais R$ 32 milhões em material gráfico e num terceiro pregão de 2010 gastou o valor mínimo de R$ 17 milhões, que somando tudo dá R$ 65 milhões, mas sendo consumidos R$ 55 milhões.
Entre os investigados estão os ex-secretários adjuntos Elpídio Espiezzi Junior (Secom) e José de Jesus Nunes Cordeiro (SAD), ambos chegaram a ser presos junto com os empresários Fábio, Dalmi e Jorge Defanti. Atualmente todos estão em liberdade.
No final da investigação da operação, os envolvidos no esquema das gráficas poderão ser indiciados nos crimes de fraudes a licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e ainda é analisado o enquadramento em lavagem de dinheiro.