Pai de militar morto em Sinop na frente dos filhos pede responsabilidade criminal a menores
O tenente coronel foi morto em um assalto na casa dele no sábado à noite
“Espero que seja feita Justiça e que se repense quanto a imputar responsabilidades a menores”. O pedido é do 2º sargento da Polícia Militar, Valdemiro Souza que viu o filho Helton Vagner Martins, 38 anos, pela última vez há cerca de 40 dias e só voltou a reencontrá-lo no caixão.
O apelo foi realizado na manhã de ontem, durante o velório do tenente coronel Helton Vagner, realizado na Funerária Jardins, em Cuiabá. Foi inspirado no trabalho do pai que Helton escolheu fazer parte das fileiras da Polícia Militar.
O tenente coronel foi morto em um assalto na casa dele, em Sinop, no sábado à noite, 8 de agosto. Pelo crime, três adolescentes – que possuem histórico criminal – foram apreendidos em flagrante, além de um homem de 26 anos.
“Meu primogênito. Considero uma pessoa de exemplo a ser seguido. Nós todos nos sentimos lisonjeados com o carinho demonstrado a ele. Nos deparamos ontem com a população consternada. Para ter uma ideia depois do acontecido a igreja Batista superlotou. Foram mais de 800 veículos acompanhando a carreata”. O tenente coronel, a esposa, três filhos e uma sobrinha de 16 anos foram rendidos por três bandidos.
Mantidos em cárcere em um dos cômodos, o militar foi baleado quatro vezes após um dos criminosos encontrar a farda dele.
O 2º sargento conta que assim que soube do episódio de violência deixou sua casa, em Várzea Grande, e partiu para Sinop. Apesar da justificada pressa, ele não conseguiu despedir-se de Helton. “As crianças passaram as férias aqui, mas eles não puderam vir”, lamentou.
O tenente coronel deixou três filhos de 5, 12 e 16 anos. O crime foi presenciado pelas crianças, à exceção do mais velho que encontrava-se em cômodo sozinho da casa.
Além do militar, a esposa Cristina Martins e Martins também foi ferida na ação criminosa. Casados há 19 anos, na tentativa de evitar que o marido fosse atingido por mais disparos ela entrou na frente do mesmo. Ela foi ferida com três disparos no braço e abdome. “Atingiu o intestino, o útero e como corria risco de ter uma hemorragia não pode ser liberada pela equipe médica para se despedir”.
O tenente coronel foi enterrado na tarde de hoje, em Cuiabá. Ele prestava serviços na cidade de Sinop há sete anos.