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Operação conjunta prende três pessoas por grilagem de terra
Equipes de fiscalização da Sema também notificaram e autuaram cerca de 100 pessoas
Em quatro dias, a operação ‘Mata Verde’ já prendeu três pessoas em flagrante por grilagem de terra, desmatamento ilegal e outros crimes na Reserva Extrativista (Resex) Guariba Roosevelt em Colniza (1.065 km ao extremo norte de Cuiabá).
A denúncia de que pelo menos 100 pessoas teriam invadido a área tradicional da população ribeirinha chegou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) há cerca de um mês, ocasião em que a secretária Ana Luiza Peterlini articulou uma operação conjunta com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para resolver o conflito na região, que é cobiçada por se tratar da última fronteira do desmatamento na Amazônia em Mato Grosso.
Além das prisões, também foram feitas as notificações e autuações das demais pessoas que estão na área. O próximo passo é entregar o relatório das equipes de fiscalização e técnicos da Coordenadoria de Unidades de Conservação e Áreas Protegidas (Cuco) da Sema à Subprocuradoria do Meio Ambiente para realizar a desintrusão, por meio judicial, das pessoas que insistirem em permanecer.
Nas apreensões realizadas entre os dias 23 e 26 deste mês estão: uma espingarda calibre 36, quatro motosserras, cinco armas de fogo, dois porcos do mato. Os crimes cometidos compreendem: caça de animais silvestres, uso de motosserras sem a autorização, posse ilegal de armas de fogo, danos à unidade de conservação, exercício de atividade incompatível, além de penetrar a área portando objetos próprios à caça e exploração florestal.
Conforme o coordenador de Unidades de Conservação e Áreas Protegidas (Cuco) na Sema, Alexandre Batistella, as denúncias mostram que as invasões têm sido estimuladas por políticos da região que têm interesse na área considerada ‘sem dono’ para fins de extração de madeira, a maior parte de comercialização ilegal no Brasil, como a castanheira, e também para grilagem de terra.
Os invasores têm o modus operandi de entrar, delimitar lotes, derrubar a madeira, inclusive para comercialização, desmatar a área dentro da reserva, queimar para limpar, e rapidamente construir barracos alegando que o espaço está ‘consolidado’, o que dificulta o flagrante das equipes de fiscalização e da Polícia Militar.
Além dos prejuízos ambientais que ainda serão levantados pelas equipes de fiscalização, Alexandre pontua que a grilagem prejudica principalmente cerca de 300 pessoas que integram as famílias que vivem na Resex.