'O descontrolado não era meu filho', afirma mãe de soldado que morreu em treinamento
Izadora Ledur é acusada de provocar a morte de aluno durante treinamento do curso de formação de bombeiros
Durante seu interrogatório, na tarde de quinta-feira (12), a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza citou diversas vezes que o soldado Rodrigo Patrício Lima Claro, que morreu em novembro de 2016 após treinamento no curso de bombeiro, em Cuiabá, apresentava um suposto "descontrole emocional". A mãe de Rodrigo, que acusa Ledur de ter provocado a morte de seu filho, estava na audiência e rebateu a tese levantada pela tenente.
"O descontrolado emocional não era meu filho, ela mostrou muito bem quem estava descontrolada. Não foi meu filho quem tirou a vida dela, foi ela que tirou a vida do meu filho. Rodrigo não tinha esse pavor de água que ela fala. Ele tinha pavor dela, do que ela poderia fazer com ele dentro da água", declarou Jane ao final da audiência.
Ao juiz e ao Ministério Público, Ledur contou que a sessão de caldos empregada em Rodrigo, bem como o nado resistido - quando uma pessoa nada no sentido contrário àquela que está tentando salvá-la - ocorreu somente na Lagoa Trevisan, em 10 de novembro de 2016, dia da instrução em que Rodrigo passou mal.
"Aconteceu na piscina também", relatou a mãe. "São várias as testemunhas que falam a mesma língua. Ele saiu passando mal porque obrigaram ele a entrar na água", afirma Jane. No interrogatório, Ledur apontou que houve divergência entre as testemunhas.
Questionada sobre o que espera que seja feito no caso, a mãe afirma que confia muito na justiça de Deus, mas também precisa confiar na Justiça do homem. "Material, prova tem".
Quanto a presenciar o relato de Ledur depois de 3 anos da morte do filho, ela garante que o sentimento é de revolta. "Porque é óbvio que a gente não espera que o bandido confesse seu crime. Ela veio fazer o papel dela, mentir".
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