Nadaf se manteve em silêncio durante depoimento à Polícia
Ex-secretário só irá falar após saber o motivo da prisão cautelar diz advogado
O ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio e da Casa Civil, Pedro Nadaf, não respondeu a nenhuma das perguntas feitas pela Polícia Civil, na noite da última terça-feira (15), após ser preso preventivamente durante a Operação Sodoma.
A informação é do advogado William Khalil, que faz a defesa do ex-secretário.
Ele afirmou que seu cliente usou o direito constitucional de permanecer em silêncio, já que não sabe, até o momento, os motivos que o levaram a ter a prisão decretada pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.
“Ele não se pronunciou sobre nenhum questionamento; não disse que é inocente e nem culpado. Ele não sabe por que decretaram a sua prisão. Não só ele, como eu também ainda não sei”, disse Khalil.
De acordo com o advogado, o ex-secretário só irá se pronunciar após ter acesso à decisão judicial e ao inquérito que aponta para um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, em 2013 e 2014.
O suposto esquema seria relacionado à concessão de incentivos fiscais, pelo Governo do Estado, por meio do Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso), que era gerido pela Secretaria de Indústria e Comércio (hoje, de Desenvolvimento Econômico).
“Meu cliente permanecerá em silêncio até que as provas sejam franqueadas à defesa. Só a partir da tarde desta quarta-feira teremos acesso a essa documentação, após a abertura do Fórum de Cuiabá”, disse o advogado.
Soltura
William Khalil informou que o próximo passo da defesa para tentar a soltura de Pedro Nadaf vai depender do conteúdo da decisão proferida pela juíza Selma Arruda, ao qual ele só terá acesso na tarde de hoje.
O advogado explicou que, caso a prisão tenha sido motivada apenas para que todos os envolvidos prestassem esclarecimentos na mesma data, a defesa poderá pedir a revogação da prisão à própria juíza, pois os depoimentos já foram prestados.
“Agora, se existem motivos maiores que motivaram a prisão, o caminho é ingressar com um habeas corpus ao Tribunal de Justiça”, explicou.