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Mãe confirma doação de órgãos de cantor: “Era o desejo dele”
Atropelado em frente à boate Valley, o cantor Ramon Viveiros morreu após ficar cinco dias internado
A mãe do cantor sertanejo Ramon Alcides Viveiros, Regina Viveiros, confirmou a doação dos órgãos do filho, que morreu no final de dezembro, após ser atropelado em frente à Boate Valley Pub, na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá.
Além de Ramon, foram atingidos a universitária Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos - que morreu no local -, e a estudante de Direito Hya Girotto, de 21 anos, que encontra-se internada no Hospital Geral Universitário, na Capital.
Em vídeos postados no Stories da sua página no Instagram, na manhã deste sábado (5), Regina Viveiros disse que somente agora foi possível cremar o filho e fazer a doação dos órgãos, pelo fato de o cantor ter sido morto em circunstâncias não naturais.
Segundo ela, era desejo de Ramon ter os órgãos doados.
“A burocracia é muito grande para a cremação, porque a morte do Ramon é fruto de homicídio, não é uma morte natural. Então, só hoje, agora, peguei as cinzas dele. É uma forma de prestar homenagem a ele, pelo gesto grandioso dele. A família só foi executora dos desejos que ele sempre expressou”, afirmou.
A mãe do cantor disse se sentir gratificada pelo fato de que o filho poderá, em breve, salvar outras vidas. Ela ainda agradeceu aos amigos e desconhecidos que se solidarizaram com a família.
“Saber que pedacinhos dele salvaram vidas, secaram lágrimas de pessoas, de mães, deram oportunidade para mães ou pais verem os filhos crescerem, verem os netos, coisa que foi tirada de mim, me alivia, me dignifica e é patrimônio para alma do meu filho”, disse.
“Então, fica como homenagem a ele. E grata, sempre grata pelas orações, pelo apoio dos amigos, de desconhecidos, de conhecidos. Gratidão. Só gratidão”, afirmou.
O acidente
Ramon, que era filho do procurador de Justiça Mauro Viveiros, do Ministério Público Estadual (MPE), foi atropelado pela bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, de 33 anos, em frente à Boate Valley Pub, na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, na madrugada do dia 23 de dezembro.
Ele morreu na tarde do dia 28 de dezembro, após cinco dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo a Polícia Civil, a bióloga seguia pela faixa de rolamento da esquerda quando, nas proximidades da Boate Valley Pub, atropelou os três jovens
Com aparente estado de embriaguez, a mulher foi detida pela PM e se negou a fazer o exame de “bafômetro”.
Diante disso, uma equipe da Polícia Civil elaborou ainda no local um “auto de constatação de embriaguez”, apontando que os sinais da ingestão de álcool eram aparentes.
Em seguida, a mulher foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para realizar o exame clínico. O exame feito no local, três horas após o acidente, o laudo não constatou embriaguez.
Ela foi conduzida para a Central de Flagrantes. Após ficar detida por um dia, a bióloga passou por audiência de custódia na segunda-feira (24) e foi liberada mediante pagamento de fiança de R$ 9,5 mil.
Pessoas que estavam no local e viram o acidente serão ouvidas no decorrer do procedimento policial.