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Lucro de Comando Vermelho seria R$ 450 mil com celulares
As informações constam na denúncia oferecida contra membros do Comando, policiais militares e diretores da prisão
O Ministério Público Estadual (MPE) afirma que a entrada de 86 celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE) faria parte de uma estratégia de expansão do Comando Vermelho, com a chegada de Sandro Louco, e que a facção poderia lucrar até R$ 450 mil com os produtos. As informações constam na denúncia oferecida contra membros do Comando, policiais militares e diretores da prisão.
Foram denunciados Paulo Cesar dos Santos, vulgo “Petróleo”, e Luciano Mariano da Silva, conhecido como “Marreta”, ambos pertencentes ao Comando Vermelho; o então diretor da PCE, Revétrio Francisco da Costa; o vice-diretor, Reginaldo Alves dos Santos e os militares Cleber de Souza Ferreira, Ricardo de Souza Carvalhaes de Oliveira e Denizel Moreira dos Santos Júnior. Todos investigados na Operação Assepsia, que apura a entrada dos aparelhos escondidos no eletrodoméstico.
Conforme o documento, todo o esquema para entrada dos aparelhos foi tratado pelos criminosos com os militares do setor de inteligência da corporação. Depois, a negociação foi passada aos diretores, que aceitaram receber o refrigerador com os produtos. Segundo depoimento de Petróleo, os agentes cobraram R$ 1,2 mil para cada celular que entrasse na unidade, totalizando R$ 103 mil pelo serviço.
Cada equipamento é valioso dentro da prisão, uma vez que os detentos conseguem contato com membros de grupos criminosos fora dos muros da cadeia e mantém a administração dos delitos.
“Um aparelho celular que na rua pode ser comprado por R$ 700,00, por exemplo, chega a ser vendido a R$ 5.000,00 no interior do presídio. 86 celulares e demais apetrechos apreendidos, que podem ter sido adquiridos pelo mercado negro por 40 a 50 mil reais, seriam transformados em mais de 450 mil reais”, diz trecho do documento.
No dia da apreensão dos aparelhos, 6 de junho, e após reunião de todos os envolvidos, exceto “Marreta”, na sala de Revétrio, o vice-diretor Reginaldo Alves teria alertado Petróleo a retiras os celulares da geladeira, durante a noite, e utilizasse a cola que estava junto com o material para fechá-lo novamente.
Os promotores pontuam na denúncia que, com a chegada do líder maior do Comando Vermelho em Mato Grosso, Sandro Louco, teria direta ligação com a entrada dos celulares.
“Interessante essa coincidência entre a chegada do chefe supremo da facção e a entrada do freezer recheado com 86 celulares, apurada nestes autos. Isso demonstra que os três policiais militares, juntamente com os dois diretores da PCE, aliaram-se a esses líderes e entabularam a entrada dos celulares, para o bom proveito da facção, oportunizando a sua expansão e boa administração da atividade criminosa”, diz trecho da denúncia.
No documento, o MPE narra breve histórico do Comando, nascido no Rio e iniciado em solo mato-grossense pela iniciativa de Sandro Louco. Conhecido pela extrema violência, o grupo cresceu nos últimos 2 anos e o investigações estimam que pelo menos 6 mil criminosos sejam ligados à facção no estado.