Lobista de esquema na Assembleia é condenado por porte ilegal de arma
Júlio César Domingues Rodrigues ainda pode responder por ameaça
O advogado Júlio César Domingues Rodrigues, apontado como lobista na Operação Ventríloquo que apura o desvio de R$ 10 milhões na Assembleia e tem o ex-deputado José Riva (PSD) como líder da quadrilha, já possui condenação por porte ilegal de arma em Barra do Bugres (164 km de Cuiabá), e ainda responde pelo mesmo crime na comarca de Rio Branco (309 km de Cuiabá).
Júlio ainda pode responder por ameaça, já que existe um boletim de ocorrência feito por Joaquim Fábio Mielli Camargo, delator da Operação Ventríloquo.
Júlio foi condenado em 1º de dezembro do ano passado pelo juiz Alexandre Meinberg Ceroy de Barra do Bugres. A pena inicial era de dois anos de reclusão, mas, por ser réu-primário, a punição foi alterada para medidas restritivas de direito.
Consta no andamento processual, que ele recorreu da decisão em maio deste ano.
O advogado foi preso no dia 15 de fevereiro de 2009, quando a Polícia Militar recebeu a denúncia anônima de que uma caminhonete L200, cor prata, estaria indo para a cidade, sendo que o condutor do veículo estaria dando suporte à uma quadrilha de roubos de bancos. Ao ser parado, foi encontrado com ele um revólver Marca Rossi calibre 38.
Apesar de a denúncia ser relacionada à quadrilha, Rodrigues foi condenado apenas pelo crime de porte ilegal de arma.
Cinco meses depois da primeira prisão, Júlio César foi detido novamente na cidade de Lambari D’Oeste (308 km de Cuiabá), em posse de outra arma também calibre 38, marca Taurus. Esta ação ainda está em andamento na justiça e não teve condenação.
O advogado também já foi despejado de um apartamento que alugou no tempo de estudante, em 2007, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá, por não pagar o aluguel e contrair uma dívida de mais de R$ 7 mil. Ele foi condenado a pagar o débito, mas a ação ainda corre na Justiça.
Júlio Cesar é advogado registrado na Ordem dos Advogados do Brasil – seccional de São Paulo e consta em situação regular. Ele é apontado pelo Gaeco como o intermediador na negociação que teria desviado R$ 10 milhões da Assembleia e ainda prejudicado o banco HSBC.
O advogado foi quem procurou Joaquim, na época advogado da seguradora do HSBC, para negociar uma dívida que a Assembleia tinha com o banco referente a seguro dos servidores. Ele ainda articulou uma reunião entre o ex-deputado José Riva e o delator do esquema para negociar como seria feito o desvio do recurso.