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Índios liberam trecho de rodovia em MT uma semana após protesto
Servidor público disse ter sido coagido por indígenas
Os índios da etnia Nhambiquara liberaram trecho da BR-174 em Comodoro, a 677 km de Cuiabá, no final da tarde desta terça-feira (26) e devem se reunir com a Polícia Rodoviária Federal na manhã desta quarta-feira (27) para o fim da cobrança de pedágio sem a necessidade do uso da tropa de choque da corporação, como informou a PRF.
Já tem mais de uma semana que os indígenas interditam a rodovia para cobrar uma série de medidas por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Por meio de nota, a Funai informou que todas as reivindicações apresentadas pelos indígenas vem sendo discutidas e que providências já estão sendo tomadas.
Os indígenas pedem a manutenção de uma estrada de terra que dá acesso às comunidades rurais da região, ligação de energia elétrica em toda área indígena e também a construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) para que eles recebam indenização da empresa responsável pela obra.
Na rodovia, os indígenas cobram pedágio dos motoristas que trafegam pelo local como condição de passagem. Para os carros eles pedem R$ 25 e para os ônibus e caminhões, R$ 50. Dos motociclistas, eles cobram R$ 15. Eles alegam que a Associação das Comunidades Nhambiquara divide o dinheiro arrecaddoo entre as famílias indígenas. Caso o motorista se negue a pagar ele é ameaçado com arco e flecha.
O servidor federal aposentado Valdenir Gomes Soares foi uma das vítimas dos manifestantes. Ele passava pela rodovia com destino a Brasília quando foi abordado por um grupo deles. Ele disse ter se desesperado quando os índios bateram nos vidros do veículo e se aproximaram com arcos e flechas, tentando intimidá-lo. Ele disse aos índios que não tinha dinheiro, mas a justificativa não foi aceita e os manifestantes exigiram que ele pagasse R$ 25 para seguir viagem.
“Falei que não iria pagar, então eles pediram se eu poderia dar refrigerante, biscoito, água, comida, qualquer coisa para poder passar”, comentou.
Entre os indios havia adolescentes e crianças. “Uma índia que não passa dos 13 anos, me pediu moedas e dei R$ 1 à ela. Com muita dificuldade, consegui passar”, relatou.