GCCO passa a investigar caso dos defensivos agrícolas apreendidos em Sorriso
A carga, avaliada em R$ 30 milhões, foi apreendida no início deste mês
Tudo o que foi apurado pela Delegacia de Sorriso sobre a apreensão de mais
de meia tonelada de defensivos agrícolas, avaliada em R$30 milhões de reais,
como oitivas e juntada de documentos
periciais, foi encaminhado à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) que passará
a presidir o inquérito. A Delegacia de Sorriso passará a dar suporte. A informação é do
delegado Pablo Rigo.
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Polícia Civil ouve dono de barracão onde foram encontrados defensivos agrícolas
Conforme a autoridade policial, os insumos – apreendidos pelo Indea - estão
armazenados num barracão de uma empresa autorizada e se
encontram à disposição da Policia Civil. “A Politec recolheu amostras desses
produtos para serem periciados em Cuiabá para detectar se são adulterados ou não.
Até que esse resultado fique pronto, os agrotóxicos continuam apreendidos”,
explicou.
Em entrevista à imprensa no fim da tarde desta quinta-feira (18), Rigo abordou
vários pontos apurados pela investigação.
Crimes – Segundo ele, foram constatadas irregularidades no armazenamento dos produtos, já que o galpão não é autorizado pelo Indea, ou seja, não atende aos critérios de segurança estabelecidos na legislação pertinente, e no transporte irregular dos produtos. "Também estamos apurando crimes de sonegação fiscal, pois foram apresentadas duas notas fiscais para o mesmo produto, nota sem recolhimento de impostos, falsidade de alguns documentos e lavagem de capitais”, frisou.
Esquema – A Polícia Civil apurou que existiam quatro pessoas envolvidas com a parte de negociação dos agrotóxicos que representavam as empresas envolvidas e uma vítima que, possivelmente, caiu num golpe em virtude dos cheques sem fundo que foram apresentados a ela.
Conforme o delegado, essa vítima é a única empresa no Brasil que pode comercializar esse tipo de produto. “Essa empresa ainda não procurou a polícia. Nós encaminhamos essa notícia ao GCCO para que realize a intimação dos seus representantes legais para que apresentem esses documentos”, informou.
De acordo com Rigo, os agrotóxicos eram adquiridos por produtores rurais
de Sorriso. “Aos agricultores era apresentada uma nota de origem do produto. Em
nossa linha de investigação, estamos analisando qual era o papel dessas pessoas
porque podem ser consideradas terceiras de boa-fé”, frisou.
Pessoas e empresas envolvidas – O trabalho investigativo aponta a participação de quatro agenciadores que realizavam as negociações em Sorriso, de uma empresa do ramo imobiliário que estaria envolvida nos negócios e de quatro empresas que participaram efetivamente da aquisição dos produtos da vítima.
Além do GCCO, da Polícia Civil e da Politec, também estão envolvidos outros órgãos como a Delegacia
Fazendária, a Receita Federal, a Jucemat e a Secretaria da Fazenda. “Como pode
haver a reversão do dinheiro ilicitamente auferido para os cofres do Estado, o
governo já anunciou que o recurso será investido em Segurança Publica”, finalizou.
Confira a reportagem completa do Cidade Alerta https://www.youtube.com/watch?v=VYnwOrglH0A