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Fiscalização detecta 7 mil hectares de desmatamentos ilegais
Entre final de maio e junho, 103 pontos foram inspecionados pelas equipes da Sema e do Batalhão de Proteção Ambiental
Em 18 dias de ‘Operação Mata Verde’, as
equipes de fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e do
Batalhão de Proteção Ambiental (BPMPA) já inspecionaram 103 pontos indicados
pelos sistemas de monitoramento de satélite, identificando um total de 7 mil
hectares de desmatamento ilegal na região noroeste de Mato Grosso,
compreendendo os municípios de Colniza, Rondolândia, Jurena, Aripuanã, Nova
Bandeirantes e Cotriguaçu. A maioria dos crimes ambientes envolveu expansão de
áreas de pastagens.
Para o superintendente de Fiscalização
da Sema, major da PM Fagner Augusto do Nascimento, o sucesso da operação tem
sido garantido em razão da participação do BPMPA e do Centro Integrado de
Operações Aéreas (Ciopaer), que intensificaram as fiscalizações terrestres e
aéreas. As equipes continuam na região. Ainda não há uma totalização do valor
das multas, que conforme a legislação em vigor, varia entre R$ 1 mil a R$ 50
mil por hectare, dependendo do local degradado. “Nosso principal objetivo é
prevenir e inibir ações ilegais contra o meio ambiente nessa região que é a
última fronteira do desmatamento na floresta Amazônica.”
A operação 'Mata Verde' foi deflagrada
em 21 de maio, a partir de varredura dos programas de controle e monitoramento da
Amazônia (SAD-Imazon/Inpe). As equipes estão sobrevoando as áreas da região
todos os dias, para facilitar a interceptação de pessoas que estejam
desmatamento ilegalmente e exploração ilegal de produtos florestais. No início
do mês, dois caminhões, um trator e 45 metros cúbicos de madeira foram
apreendidos no município de Colniza (1.065 km ao extremo norte de Cuiabá).
Ninguém foi preso. Em maio, três pessoas foram presas em flagrante por grilagem
de terra, desmatamento ilegal e outros crimes na Reserva Extrativista (Resex)
Guariba Roosevelt em Colniza. Também foram apreendidos uma espingarda calibre
36, quatro motosserras, cinco armas de fogo, dois porcos do mato.
Colniza em foco
Apesar de importante área de
preservação ambiental na Floresta Amazônica, por abrigar quatro importantes
unidades de conservação que totalizam 324,8 mil hectares de áreas protegidas, o
município de Colniza enfrenta nos últimos cinco anos pressões para que sua
floresta seja derrubada.
Dados de monitoramento do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam o município como o maior número
de desmatamento ilegal do Estado no ano passado: foram 14,5 mil hectares de
áreas desmatadas ilegalmente e uma ocorrência de 7,5 mil focos de calor entre
janeiro e dezembro, dos quais 1,6 mil com confirmação de queimada.
Para reverter a situação, o Governo do
Estado e a Sema promoveram no dia 2 junho uma audiência pública reunindo
diversas autoridades de instituições estaduais e federais para tratar de
‘desmatamento’ e ‘queimadas’. Na ocasião, os pequenos produtores também puderam
entender melhor sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e quanto à necessidade
de o município sair da lista ‘suja’ do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em
desmatamento ilegal.
Sem 80% dos cadastros realizados (hoje
não chega a 50%), não é possível acessar linhas de crédito junto ao Governo
Federal.