Dois homens são presos por venda ilegal de armas de fogo em Sorriso
Família do jovem assassinado vai ao Congresso pedir pena severa a réus
Eric Francio passava férias com os pais em Sinop quando foi morto
A família do estudante de medicina, Éric Francio Severo, de 21 anos, vítima de latrocínio (roubo seguido de morte), em Sinop, a 503 km de Cuiabá, foi à Câmara dos Deputados e ao Senado, em Brasília, nesta quinta-feira (25), para cobrar a aprovação de uma lei mais severa para quem cometer este tipo de crime, que tem como pena máxima 30 anos.
O estudante foi assassinado em dezembro de 2014 após dois bandidos o renderem e tomarem a caminhonete que ele dirigia. Com receio de serem reconhecidos, decidiram matar o estudante. Éric morava em Tubarão (SC) e passava férias na casa da família em Sinop quando foi morto. Na data do crime, ele desapareceu após sair de um bar onde estava com os amigos.
“A mudança na legislação seria uma resposta a sensação de impunidade que existe hoje. Sei que ele [Éric] não vai voltar, mas podemos ajudar a prevenir que situações como essa ocorram com outras famílias. Atualmente um latrocida recebe liberdade enquanto a vítima a pena de morte”, observou o pai do estudante, Leonildo Severo, que foi à capital federal acompanhado do filho mais novo, Ícaro Severo, de 20 anos.
Leonildo disse que se reuniu com parlamentares da bancada mato-grossense e também com deputados de outros estados, onde apresentou uma carta sobre a proposta. O objetivo, segundo ele, é promover uma mobilização na tentativa de fazer com que o Congresso Nacional coloque o assunto em discussão. “Sabemos que há possibilidade dessa questão começar a ser debatida entre os parlamentares. Percebemos essa brecha. Porém, sabemos das dificuldades dos encaminhamentos e vamos lutar para que isso ocorra”, pontuou.
Para ele, a pena deve aumentar de 30 anos para 50 anos de prisão. Destaca ainda que, na prática, os criminosos passam no máximo 12 anos presos e avalia que deveria ser 40 anos. Para isso, a família realiza abaixo assinado por maior punição. Conforme Leonildo, cerca de 30 mil formulários já foram distribuídos pelo Brasil, incluindo o Congresso Nacional, com o intuito de colher pelo menos 300 mil assinaturas.
Disse ainda que a estratégia é enviar um projeto de lei para mudança na legislação penal para prefeituras e câmaras municipais das 50 maiores cidades brasileiras, em mobilização para a reformulação da lei. Os formulários também foram enviados para outros estados, entre eles Santa Catarina, onde a vítima morava, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Entenda o caso
Os dois acusados pelo assassinato, de 25 e 30 anos, foram presos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Campo Grande, no mesmo dia do desaparecimento. O estudante foi visto pela última vez por volta de 3h do dia 26 de dezembro do último ano. Eric tinha ido a um bar da cidade com a caminhonete do pai.
Ele foi encontrado às margens de uma estrada entre o Distrito de Primaverinha, em Sorriso, e Lucas do Rio Verde, a 420 km e 360 km da capital, respectivamente. O corpo do rapaz apresentava marcas de tiro na cabeça em uma região de mata. Como ele não voltou para casa e não atendia às ligações telefônicas, o pai procurou a polícia.
Os assaltantes roubaram a caminhonete e percorreram cerca de 100 km com o estudante no carro e depois o mataram. Após a prisão, em Campo Grande, a dupla confessou o crime e contou que o veículo tinha sido encomendado por dois presidiários que cumprem pena em uma unidade prisional de Guarulhos, em São Paulo.