Ex-secretário de Saúde diz à CPI não se arrepender de contratar OSS
Deputado Leonardo não descartou a possibilidade de convocá-lo novamente
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as Organizações Sociais de Saúde (OSS), deputado Dr. Leonardo (PDT) não descartou a possibilidade de convocar novamente, o ex-secretário de Estado de Saúde e ex-deputado federal, Pedro Henry.
A oitiva com o principal responsável pela implantação do modelo de gestão foi realizada nesta terça-feira (01), na Assembleia Legislativa.
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“Ficaram alguns questionamentos para trás, até mesmo por conta do horário que ele tinha que cumprir. Contudo, assim que chegar mais documentos com as informações que precisamos para contrapô-lo, poderemos convocar o ex-secretário de novo. Até porque somente agora que a CPI está com a equipe completa. Vamos analisar e estudar os documentos que estão chegando, para termos subsídios e estarmos munidos com dados técnicos”, informou o deputado.
Defesa do modelo
Nas explicações, Henry defendeu a continuidade do modelo de gestão, alegando que o sistema “é bom e funciona”. O ex-secretário atribuiu a “culpa” ao Governo do Estado, que segundo ele, não cumpriu com os pagamentos e por isso as OSS não funcionavam corretamente.
Considerado o responsável pelas OSS, em Mato Grosso, o ex-secretário disse que optou pela implantação do sistema quando percebeu que o “orçamento aprovado pelos deputados, ano a ano, não daria para pagar os gastos da Pasta nem até setembro”. Ele afirmou que a gestão terceirizada é mais barata que a gestão direta por meio do estado. “Quando você pega um orçamento que não chega nem no final do ano, resta escolher quem vai morrer ou viver (...) O que houve foi o descomprometimento do Estado; se não pagar é claro que não funciona”, alegou.
Repasses
Dr. Leonardo que é médico e já trabalhou no Hospital Regional de Cáceres questionou sobre os repasses. “Se o Estado falhou no pagamento, isso dá autonomia para as OSS poder bagunçar tudo? Se não pagou é o cidadão que tem que sofrer? Se não era vantajoso para as OSS, por que não rescindiu o contrato?”, questionou.
Para o deputado, a implantação das OSS em Mato Grosso já começou mal; a avaliação e controle dos gastos não foram efetivamente aplicados. “Houve má administração e má aplicabilidade do recurso público”, criticou.
Denúncias
Sobre a denúncia que o relator da CPI, deputado Emanuel Pinheiro (PR) revelou em relação as próteses, e também, sobre as informações que Henry trouxe em relação aos medicamentos, o presidente Dr. Leonardo disse que poderá convocar o secretário de Estado de Saúde, Marco Bertúlio para prestar esclarecimentos.
A denúncia de Pinheiro aponta que alguns médicos ortopedistas, do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, estariam colocando em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), próteses nacionais e cobrando o valor de importadas, que são mais caras. Na ocasião, Pedro Henry trouxe outra informação sobre a compra de medicamentos, a preços até 300% acima do valor de mercado.