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Ex-deputado Valtenir Pereira e dois ex-prefeitos são alvos de operação da PF
Participam da ação mais de 30 policiais federais e servidores da Controladoria-Geral da União
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22), a segunda fase da 'Operação Tapiraguaia', com o objetivo de combater esquema de desvio de recursos públicos federais e pagamento de proprinas em duas prefeituras de Mato Grosso. Entre os alvos estão o ex-deputado federal e atual suplente, Valtenir Pereira (MDB) e pelo menos um ex-prefeito da cidade de Confresa (1.167 quilômetros de Cuiabá).
Participam da ação mais de 30 policiais federais e servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), que cumprem 12 mandados de busca e apreensão, três prisões preventivas e sete medidas cautelares nos municípios mato-grossenses de Cuiabá, São Félix do Araguaia, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Apiacás e também em Brasília (DF).
O mandado contra Valtenir Pereira seria de busca e apreensão. São alvos da operação, além do ex-deputado federal, dois assessores, dois prefeitos, uma presidente de comissão de licitação, dois engenheiros fiscais e um assessor jurídico.
Outro nome que é alvo da operação é o ex-prefeito de Confresa, Gaspar Lazzari (PSD),que foi denunciado em abril deste ano pelo Ministério Público Federal (MPF) em Barra do Garças, sob acusação de fraudes nos processos licitatórios referentes às áreas de saúde, educação e infraestrutura rural do município.
Ainda conforme o apurado pela reportagem, o ex-procurador do município de Serra Nova Dourada, Marcelo Luiz Faustino Pereira, também seria alvo da ação. Atualmente ele trabalha como assessor parlamentar.
A segunda fase é resultado da análise dos dados bancários e dos objetos apreendidos durante a primeira fase da operação, ocorrida em 30 de janeiro deste ano. O material aponta que o ex-deputado teria montado um esquema criminoso em conluio com empresários e prefeitos de Confresa e Serra Nova Dourada.
Segundo as investigações da Polícia Federal, mais de R$ 600 mil teriam sido utilizados para pagamento de proprina. Os investigados irão responder por organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e crimes licitatórios, podendo pegar até 40 anos de prisão.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Barra do Garças/MT, que também determinou o sequestro de bens e valores. O nome da operação faz referência à palavra “Tapiraguaia”, primeiro nome do município de Confresa/MT. O termo é uma junção das palavras “Tapirapé” e “Araguaia”, dois rios da região norte mato-grossense.