Foragido da Justiça é capturado pela ROTAM em Sorriso após investigação da Polícia Federal
Ex-deputado condenado no mensalão tem avião apreendido em Cuiabá
Operação foi deflagrada contra suposta fraude milionária em fretes aéreos.
Um avião de propriedade do ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT), condenado no processo do Mensalão por corrupção ativa e passiva, foi apreendido pelo Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco), que investiga suposta fraude em serviços aéreos prestados por empresas às secretarias de Mato Grosso. Henry declarou à Justiça Eleitoral em 2010 que a aeronave, PT-KNL modelo PA-28R-200, estava avaliada em R$ 55 mil.
A defesa confirmou que o avião está registrado no nome de Pedro Henry, mas que era utilizado por outra pessoa para voos particulares. Também informou que há dois anos a Justiça determinou o bloqueio dos bens de Henry e, por isso, a aeronave não poderia ser usada comercialmente.
De acordo com o Gaeco, as investigações apontaram indícios de fraudes em licitações e pagamentos pelos serviços de duas empresas de transporte aéreo às secretarias de Mato Grosso, nos anos de 2013 e 2014, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa. O caso resultou na Operação “Overbooking”, deflagrada na sexta-feira (12), em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), expedidos pela Vara Especializada Contra o Crime Organizado, Crime Contra a Ordem Tributária e Econômica, Crime Contra Administração Pública da Comarca de Cuiabá.
O MPE disse ainda que a fraude teria supostamente desviado R$ 8 milhões dos cofres públicos, entretanto, não foi revelado quais secretarias teriam contratos com as empresas alvo da operação.
As investigações tiveram início em março deste ano e, no decorrer da apuração, foram identificados indícios de direcionamento para que uma empresa vencesse uma licitação para prestar o serviço ao estado. Essa empresa disputou sozinha o processo licitatório, mas não atendia às exigências do edital.
Também foram descobertas irregularidades na prestação de contas e pagamentos a duas empresas. Os pagamentos teriam sido efetuados de forma extraordinária, segundo apontam as investigações. O advogado Luis Alberto Derzi declarou que não há nenhum documento que demonstre o uso da aeronave de Pedro Henry pelo poder público e que deverá apresentar as informações sobre o assunto às autoridades.
Prisão
Desde o dia 13 de dezembro de 2013, Henry cumpre a pena sentenciada no processo do Mensalão, de 7 anos e 2 meses de prisão, imposta pelo Supremo Tribunal Federal. Depois de ficar por quase dez meses no Centro de Custódia de Cuiabá cumprindo a pena no regime semiaberto, o ex-deputado federal passou a usar tornozeleira eletrônica e cumpre o restante da condenação em casa. Ele trabalha no setor administrativo de um hospital particular na capital e também atuou como secretário de Saúde em 2011.