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"Eu não fiz nem um terço do que estão falando", afirma jornalista
Leonardo Heitor Araújo admite conversas em tom erótico com colegas, mas nega crimes
O jornalista Leonardo Heitor Martins Araújo, de 38 anos, acusado por colegas de importunação sexual e perturbação do sossego, admite conversas de cunho sexual com mulheres em Cuiabá, mas nega que tenha cometido todas as acusações imputadas a ele.
Ao menos 10 jornalista foram na terça-feira (1º) à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, em Cuiabá, registrar boletins de ocorrência contra o profissional da imprensa.
Conforme apurou a reportagem, Leonardo abordava as colegas de trabalho por WhatsApp com conversas de cunho de sexual, inclusive enviando fotos de seu pênis.
O jornalista conta que, ao tomar conhecimento das denúncias, procurou espontaneamente a delegacia para saber do cunho dos boletins de ocorrência. Segundo ele, consta até uma acusação de estupro.
“Eu não quero parecer pedante, nem vítima, até porque sei as 'merdas' que fiz. Só de você falar com uma mulher, tendo outra em casa já é socialmente inaceitável. Eu não fiz nem um terço das coisas que estão falando que fiz. Agora é esperar juridicamente. Porque eu já perdi emprego, perdi namorada, casa, tudo”, disse o jornalista.
“O meu maior lamento agora é as pessoas julgarem antes de qualquer coisa. Tem muita coisa que está sendo contada que não condiz com a verdade”, completou.
Leonardo, no entanto, admite que teve conversas de cunho sexual com algumas jornalista e para algumas delas até enviou fotos íntimas.
“Eu já mandei fotos minhas íntimas para mulheres, mas antes eu sempre friso: 'posso te mandar?'. E só assim mando. Eu não mando nada sem ninguém pedir. Admito que errei ao achar que não estaria sendo inconveniente”.
“Se eu mostrar a conversa, as pessoas verão que não são assédio. Tem um outro caso, com uma mulher que me acusa de assédio, que na conversas que tínhamos ela me chama para sair e se convida para ir lá em casa”.
Modus Operandi
Algumas acusações dizem respeito à abordagem inoportuna de um “perfil fake”, utilizado supostamente pelo jornalista para abordar mulheres.
Pelo aplicativo WhatsApp, com número de DDD de outros estados, nome e fotos de outra pessoa, o jornalista supostamente mandava diversas fotos de pênis, além de mensagens de cunho erótico.
“Eu tinha um telefone de Brasília, entre 2015 e 2016, que utilizava só para trabalho. Quando fui embora de Brasília, deixei o telefone em um canto. Uma outra pessoa, em posse desse número, encaminhou essas mensagens e tudo mais. Eu, mais do que ninguém, tenho vontade de saber quem fez isso”, contou.
Indiciado no Espírito Santo
Em julho deste ano, o jornalista foi indiciado em Vitória (ES), onde chegou a morar, por utilizar do mesmo “modus operandi” para importunar ao menos 10 mulheres.
Lá, as investigações contra o jornalista estão mais avançadas. Ele já foi indiciado pelo artigo 65 da Lei das Contravenções Penais. O artigo se refere a molestar alguém ou perturbar a tranquilidade, por acinte ou motivo reprovável. A pena prevista é de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa.
“Tem muita gente se aproveitando da situação para fazer denúncias que não procedem ou estão sendo induzidas ao erro por conta de uma matéria do Espírito Santo”, lamenta, referindo-se a uma reportagem do site capixaba Gazeta Online, que publicou matéria sobre seu indiciamento em Vitória.
O jornalista, que já trabalhou em diversos sites de Cuiabá, até a quarta-feira era lotado como assessor de imprensa no gabinete do deputado Ulisses Moraes, que o exonerou.