Cuiabá tem estiagem mais prolongada e intensa dos últimos 21 anos, diz ambientalista
Em 1998, segundo ele, foi registrado um período de seca mais forte que o deste ano
De acordo com o pesquisador e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Romildo Gonçalves, Cuiabá enfrenta a estiagem mais prolongada e intensa dos últimos 21 anos. Em 1998, segundo ele, foi registrado um período de seca mais forte que o deste ano.
Romildo explica que, a média de dias sem chuvas gira entre 80 e 90 dias. Este ano, já são mais de 120 dias sem ocorrência de chuva, na capital.
O pesquisador afirma que essa situação é ocasionada pelo fenômeno El Niño que costuma atingir as regiões tropicais a cada 4 ou 5 anos. Já houve ocorrência do fenômeno em menor tempo. Entretanto, este ano e 1998 foram os que maior intensidade.
Ainda segundo ele, os reflexos do El Niño têm se mostrado bastante presentes e críticos em Mato Grosso. À exceção destes dois anos de maior intensidade, o fenômeno também foi registado em 2001, 2004 e 2014, porém com menor expressão.
Romildo afirma que o El Niño é o propulsor desse volume de queimadas, pois o tempo muito seco e a falta de chuva, somados à características da vegetação, são fatores propícios à ocorrência de incêndios.
Diante do que já foi estudo, ele alerta que os governos precisam ter planos de ação para situações como esta. Ou seja, sabendo da ocorrência do fenômeno, é preciso ter estratégias para evitar focos de calor.
"Se há o conhecimento de que o El Niño pode ocorrer em média de 4 a 5 anos, ações como abertura de aceiros, suspensão de autorização de queimadas controladas em propriedades rurais, formação de brigadistas e monitoramento de áreas florestais devem ser tomadas desde o final do período chuvoso", afirmou o biólogo.
Dessa forma, segundo o pesquisador, os impactos seriam menores, pois o controle sobre os focos de incêndios seriam mais eficazes. Saiba mais.