Crise financeira atinge serviços de segurança e socorro médico
Com relação às viaturas dos órgãos de segurança, mais de 25% dos veículos não estão funcionando
A crise financeira que Mato Grosso enfrenta tem ocasionado prejuízos na prestação de serviços, entre eles, segurança pública, segundo a União dos Conselhos de Segurança do Estado. Médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também alegam que o serviço tem sido prejudicado pela falta de ambulâncias, insumos e pagamentos.
De acordo com Alexandre Gando, médico do Samu, a situação do socorro médico na capital e em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, é alarmante.
"Estamos com viaturas antigas. As novas vão para a revisão e demoram um período longo para retornar. São viaturas sem ar condicionado, viaturas com pneus carecas e, além disso, nas últimas semanas, tem faltado combustível, em razão do prazo de validade o cartão de abastecimento", disse.
O médico declarou ainda que faltam insumos para atender os pacientes.
"Falta infraestrutura, faltam insumos básicos. Muitas vezes não temos nem luvas ou tamanhos inadequados de luvas. Falta material para entubação e medicamentos que estão com prazo de validade vencido, não foram repostos, teoricamente por falta de repasse, ou por falta de compra", revelou.
Segundo ele, quem sofre é a população que fica refém de um atendimento deficiente.
"Os pacientes podem estar numa situação de acidente, com dor e, mesmo assim, ficar 1 hora aguardando, 2 horas, ou até mais, para serem removidos. Muitas vezes, essa remoção é feita por conta própria, contrariando o protocolo e a responsabilidade dos médicos", declarou.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que até o mês de agosto, do ano passado, foram liquidados todos os débitos com a empresa Universal Med, que prestava serviços ao Samu.
O órgão disse ainda que a frota do Samu foi 100% renovada em 2018. Em maio, foram incorporadas 8 novas ambulâncias. Para Cuiabá foram entregues seis ambulâncias e três para Várzea Grande.
Com relação às viaturas dos órgãos de segurança, mais de 25% dos veículos não estão funcionando por falta dos pagamentos às locadoras.
O presidente da União dos Conselhos de Segurança de Mato Grosso, Danilo Moraes, explicou que a falta de viaturas para a segurança pública se deve à falta de repasses do governo estadual, o que ocasiona demora no atendimento das ocorrências.
Segundo ele, mais de 250 viaturas estão paradas até que o governo do estado se posicione sobre o repasse do dinheiro.
A empresa que fornece os veículos se recusou a assinar uma prorrogação de emergência, porque também não recebeu o repasse do dinheiro.
“As viaturas que ainda estão no interior, estão sendo mantidas pela comunidade e até mesmo pelos próprios policiais, porque se vir para Cuiabá, ela não irá retornar”, avaliou Danilo.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), afirmou que o repasse não está sendo feito por falta de dinheiro no estado e a dívida do estado é de R$ 4 bilhões com os fornecedores.