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Cláudia: supostos pistoleiros invadem assentamento e ateiam fogo em sítios e casa
Desde o ano de 2006 a gleba possui uma luta judicial com uma madeireira do município
Três sítios da Gleba Santo Expedito e a casa de um dos assentados foram queimados na madrugada desta terça-feira (01), no município de Cláudia. As informações foram repassadas ao Nortão Notícias pelo presidente da Associação de Trabalhadores da Gleba Santo Expedito, Paulo Sérgio.
Segundo ele, o assentado não estava no momento, denunciando que o fogo foi colocado a mando de fazendeiros.
Ele contou ainda que nas propriedades atingidas foram encontradas marcas no chão de pessoas que chegaram de moto e andaram a pé. “Tinha uma marca de botina e outra de tênis. Eles usaram duas motos”, comentou.
A secretária da associação, Andréia, disse que levantou na madrugada com os latidos dos cachorros, como se estivessem acuando alguém. “A minha casa é a mais próxima da estrada. Por volta das 1h30, 2h, meus cachorros começaram a latir e acuar. Meu marido levantou e soltou eles. Pensamos que fosse algum animal do mato, mas pouco depois ouvimos estalos, meu marido saiu e viu o incêndio” descreveu.
Luta Judicial
Sérgio disse que desde o ano de 2006 a gleba possui uma luta judicial com uma madeireira do município. “A gente tem uma luta com a madeireira desde 2006 e dizem que os donos [da madeireira] moram em Santa Catarina. Mas em 2014 o ex-prefeito Vilmar Gianchini [PMDB] apareceu com uma procuração dizendo ser dono da madeireira”.
Desde então, os moradores relatam serem aterrorizados com rondas de supostos pistoleiros durante a madrugada e atentado contra a vida dos assentados. Andreia mora na gleba há cinco anos. Ela conta que sempre é alvo de pessoas estranhas.
“Meus filhos estudam no Zumbi dos Palmeires, então eu os levo até um trecho da estrada, onde pegam o ônibus para ir à escola. A minha maior preocupação é o que encontro nesta estrada. Direto tem caminhonete estranha”, denunciou.
Como tentativa de evitar que algo de pior aconteça, Paulo Sérgio disse que já procurou ao Ministério Público e a Polícia Civil, mas não obteve respostas. “Já pedir também para o Intermat vir aqui fazer uma vistoria e se posicionar sobre o caso. Marcaram a data, mas não compareceram”, falou.
Segundo ele, a área já foi arrecada e pertence ao Estado de Mato Grosso. A gleba tem posto de saúde, construído com recursos da associação e ônibus escolares para fazer o transporte das crianças. “A Casa Civil determinou que ficássemos com a área”.