Cinco servidores presos em operação atuam em gabinete de deputada de MT
Eles são suspeitos de fraudes na ALMT e o motorista dela está foragido.
Cinco servidores do gabinete da deputada estadual Janaína Riva (PSD) foram presos durante a Operação Metástase, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), nesta quarta-feira (23). Ao todo, seis funcionários que trabalham com a parlamentar tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça por suspeita de corrupção na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Um deles, que seria o motorista de Janaína, está foragido, segundo o Gaeco. Na operação, 21 pessoas foram presas.
As investigações apontam que o grupo falsificava documentos no Legislativo. Os servidores são suspeitos de peculato - uso do cargo público para obter vantagens pessoais.
Outros servidores também são suspeitos de participar do esquema. Ao todo, 22 mandados de prisão temporária foram expedidos pela pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, que atua no combate ao crime organizado, sendo 20 deles contra servidores e dois empresários.
Conforme o Gaeco, os servidores presos trabalhavam na presidência da Assembleia Legislativa no período em que a Mesa Diretora era comandada pelo ex-deputado estadual José Riva (PSD), que responde a mais de 100 processos por corrupção e é pai de Janaína Riva.
A deputada disse, por meio de nota, que desconhece o envolvimento dos servidores na prática de crimes de improbidade administrativa e reforça que as investigações são referentes ao período anterior à sua diplomação e posse. Declarou ainda que "confia plenamente nos servidores e que acredita que tudo será esclarecido em breve".
José Riva chegou a ser preso mais de duas vezes, somente neste ano, acusado de desviar mais de R$ 72 milhões dos cofres públicos. As investigações contra o ex-parlamentar, que também ocupou o cargo de presidente da ALMT, apontam que as fraudes ocorreram nos últimos nove anos, o que resultaram em duas operações comandadas pelo Gaeco: Imperador e Ventríloquo, deflagradas em fevereiro e julho. Riva está em liberdade por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Gabinete de Fabris
Dois servidores de carreira e que estão lotados atualmente no gabinete do deputado Gilmar Fabris (PSD), também foram presos. A assessoria de imprensa do parlamentar informou ao G1 que os dois servidores atuam no cargo de técnico legislativo. Um deles está de férias e o outro de licencia prêmio.
Alguns presos prestam depoimento na sede do Gaeco, localizada no Ministério Público Estadual (MPE) e outros já foram encaminhados para presídios da Grande Cuiabá. Por meio da assessoria, o Gaeco disse que os depoimentos deverão ser realizados até sexta-feira (25). Como a investigação corre sob sigilo, detalhes da operação ainda não foram divulgados. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na residência dos servidores.
Busca e apreensão
Em junho deste ano, o Gaeco cumpriu mandados de busca e apreensão em um apartamento de luxo da deputada Janaína Riva, na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, durante a Operação Imperador. Segundo declaração da parlamentar à Justiça Eleitoral, o apartamento custava R$ 439,9 mil.