O tempo de permanência de presos nas delegacias de polícia foi debatido em Audiência Pública, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso com representantes da Polícia Judiciária Civil, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Sindicatos dos Investigadores de Polícia, dos Agentes Prisionais e do Socioeducativo.
A audiência foi requerida pelo deputado estadual Wanckey Carvalho para buscar soluções com o objetivo de inimizar a problemática do tempo de custódia de presos em delegacias e a falta de estabelecimentos para abrigar adolescentes infratores.
“São problemas que temos e estamos aqui para buscarmos encaminhamentos para podermos minimizar essas duas problemáticas no Estado de Mato Grosso, através do dialogo. Esse um problema que depende de vários segmentos que dificilmente conseguiremos minimizar sozinhos”, disse.
O delegado geral da PJC, Adriano Peralta Moraes, disse que esse é um dos grandes problemas vivenciado nas unidades policiais e motivo de reclamações dos policiais civis. “Esse é um problema sério pela falta de investimentos, que vem de vários anos”, destacou.
Peralta destacou problemas enfrentados nas delegacias de Vila Rica, Guarantã do Norte, Sapezal, Brasnorte e Tapurah, que acabam ficando com presos por períodos longos nas delegacias devido à falta de vaga em unidades ou que estão interditadas.
“São situações que se agrava por todo o Estado. E ainda tem o problema dos adolescentes infratores que não têm locais para abriga-lo, especialmente no interior e acaba sendo solto. Quando é situação muito mais grave, como um homicídio, decretada sua internação e acaba ficando na delegacia”, disse.
O presidente do Sindicato dos Investigadores, Cledison Gonçalves, entre outros pontos, falou da falta de alimentos para presos enquanto nas delegacias, além das condições precárias das celas e das unidades prisionais para abrigar presos. “A segurança pública há década vem sendo tratada dessa forma. Sabemos que o problema do preso na delegacia é final. Não temos como fazer um trabalho eficiente na polícia se não temos onde colocar o preso”, declarou.
O secretário adjunto de Justiça, Luiz Fabrício Vieira Neto, admitiu que as unidades não são apropriadas para abrigar presos e necessita aumentar o sistema penitenciário necessita expandir o número de vagas por meio da construção de novas unidades prisionais.