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Atrasados do Enem culpam horário de verão e dificuldade para estacionar
Os portões se fecharam às 12h, e mesmo aqueles que chegaram apenas alguns segundos foram impedidos de entrar
A falta de lugar para estacionar e o horário de verão prejudicaram alguns estudantes que queriam fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo. Os portões se fecharam às 12h, e mesmo aqueles que chegaram apenas alguns segundos depois foram impedidos de entrar. Um deles foi Thiago Santos, 18, morador do Cristo Rei. Ele pretendia fazer o curso de educação física, e chegou às 11h50, mas não encontrou lugar para estacionar perto da Unic Beira Rio.
Outro caso foi o de Geane, também moradora do Cristo Rei que se confundiu por conta do horário de verão, e achou que os portões fechariam às 13h. Ela, que chegou pouco depois do meio-dia, achou que estava adiantada. Geane já tem uma graduação, e queria fazer direito.
As movimentações na porta da Universidade de Cuiabá (Unic), unidade Beira Rio, no entanto, começaram cedo neste domingo (4). Por conta do menor número de inscritos, a prova foi realizada somente na ‘Unic 2’, a antiga UniRondon. Por volta das 10h, o estudante Juliano Moraes, 18, já estava lá, esperando pelo momento de abertura dos portões. Ele, que termina o ensino médio neste ano, no Liceu Cuiabano, quer fazer direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e foi até o local de uber.
E ele não foi o único adiantado. A estudante Maitê, de 17 anos, estava junto à ‘tenda’ de seu colégio, o ‘Salesiano São Gonçalo’, onde os alunos conseguiram tempo até para fazer um bolão de temas da redação. Ela quer fazer jornalismo, e conta que está mais tranquila para esta primeira prova do que para a da próxima semana. “Ontem fiquei acordada até meia noite pra esperar, pra ter certeza que o horário ia virar [no celular], e pra dar tudo certo”, contou. Ricardo, professor de física do São Gonçalo, afirma que a tensão é normal. “É sempre aquela tensão, mas a gente sempre vem dar aquele apoio de última hora pra poder acamá-los e dizer que está tudo certo, que o que eles aprenderam ao longo de toda a vida acadêmica está com eles, então é só ter calma e fazer a prova”.
Regina, que estava junto de duas filhas que se preparavam para fazer a prova, acredita que a participação dos pais também é essencial. “A gente estava falando com os professores, que é como se estivéssemos os levando no jardim 1, jardim 2... pelo menos pra nós é um privilégio, um orgulho. Os pais têm que fazer isso, tem que apoiar, incentivar. Pra gente é uma satisfação enorme participar. E passa uma tranquilidade e firmeza pelos pais estarem juntos, é uma honra”, afirmou.
Para a candidata Maria Cristiane, 32, que é cadeirante, uma das maiores dificuldades foi encontrar lugar para estacionar. “Eu acho que tinha que ter liberado este estacionamento, porque tive que parar lá longe. Da outra vez fiz no Salesiano Santo Antônio. Lá é tranquilo, é coberto”, lembra. Ela vai tentar ingressar na universidade e terminar seu curso de administração.
Algumas pessoas, por outro lado, foram até o local somente para ajudar. Eduardo Souza, da Igreja Batista Nacional do Cristi Rei, é um deles. Ele conta que oferece uma oração para qualquer um que quiser. “A gente não conhece ninguém, mas todo mundo que passa aqui a gente faz uma oração, pedindo pra ter calma, pra ter paciência, porque eu já passei por isso, eu sei quão grande era minha ansiedade na época. Eu lembro da pressão que eu vivia, e sei que muitos deles podem estar passando pela mesma situação. Alguns deles estão aqui pra fazer a prova e começam a se lembrar do que o pai falou em casa, de que ele precisa estudar, precisa ser alguém, e isso impede de fazer uma boa prova. A oração faz com que ele se esvazie, deixe de lado esses pensamentos ruins, que dizem que ele é fracassado, ou que não vai conseguir... eles deixam tudo isso de lado, e o coração fica vazio, e o conhecimento que eles tiveram, estudando noites em claro, começa a vir e eles fazem uma boa prova com muita calma, muita paciência”, afirma.